sexta-feira, 30 de outubro de 2009

‘COSTUMO DIZER QUE EU TENHO ALMA BAIANA’ DIZ A ATRIZ ISIS VALVERDE...

FONTE: Daniel Barbosa (CORREIO DA BAHIA).
Aos 15 anos, a menina natural de Aiuruoca (interior de Minas), sai de casa, - “com todo mundo contra” - para estudar. Aos 18, muda-se para o Rio, quando entra para o teatro. Logo depois faz participações nas tramas de Sinhá Moça e Paraíso Tropical...
Chegou a vez da novela Beleza Pura. Hoje, Isis Valverde reconhece que o fenômeno Rakelli impulsionou a sua carreira na televisão, e não deixa por menos quando é criticada sobre o seu talento: “Não sou filha de ninguém do meio artístico e estou aqui porque eu gosto do que faço e sei que faço bem”. Recentemente, Isis viveu a sonhadora Camila, em Caminho das Índias, e diz que aprendeu “muito sobre a tradição indiana”.
Aos 22 anos, com apenas três de carreira, a atriz esteve na capital baiana na quarta-feira (28) como representante da linha de cosméticos Color Trend, da Avon e ainda desfilou no Yach Summer Fashion, para a marca Bobstore. Isis bateu um papo exclusivo com o Correio24horas e confessou que em alguns dias não se acha bonita! Dá pra acreditar?
A bela atriz ainda se define como “menina-mulher” e intercala “momentos de garota, brincalhona, bobona e doida, mas ao mesmo tempo centrada”. Dualidade à parte, Isis é apaixonada pela Bahia e costuma dizer que tem “alma baiana”, porque acredita “em energia, no orixá, e isso aqui é muito forte”.

CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA:

CORREIO – COMO SURGIU O INTERESSE PELA TV?
ISIS VALVERDE – Na verdade tudo começou por acaso, quando eu e minha mãe fazíamos teatro, eu adorava a improvisação dos palcos. A partir daí, virei modelo, e amava tirar fotos. Ali, eu já podia interpretar também, porque a carreira de modelo nada mais é do que uma ‘atriz muda’. Eles (televisão) me viram, ligaram para agência, começaram a mandar meu book, e então me chamaram e eu fui ver como era trabalhar na televisão. Eu percebi que tinha muito a ver com o teatro, me apaixonei, literalmente.

VOCE ACREDITA QUE A RACKELLI, DE BELEZA PURA, ALAVANCOU A SUA CARREIRA?
Com certeza! Algumas pessoas já sabiam quem eu era e já admiravam o meu trabalho, mas com a Rakelli foi o momento em que eu disse ‘gente, eu sou atriz’. Não sou filha de ninguém do meio artístico, e estou aqui porque eu gosto do que faço e sei que faço bem. A Rakelli veio para dar esse pontinho final e me ajudou bastante.

E A CMILA, DE CAMINHO DAS ÍNDIAS, O QUE ESSA PERSONAGEM LHE RENDEU?Rendeu-me outro tipo de reconhecimento, porque algumas pessoas têm mania de olhar um personagem e achar que só sabe fazer aquilo. Como eu fiz um sucesso muito grande com a Rakelli, as pessoas achavam que eu era aquela personagem, mas eu sou totalmente diferente dela, no tom de voz, no jeito de andar. Com a Camila eu provei para que eu vim mais uma vez.

COMO VOCE VÊ A TRADIÇÃO INIDIANA?
Acho uma tradição bem interessante, bem milenar. Os indianos estavam aqui bem antes de a gente existir, do Brasil existir. Sobre a história deles, como surgiu o budismo, hinduísmo, é tudo muito interessante. Acho uma história muito antiga para a gente quebrar do nada. Esse povo já existe há muito tempo, e há muita história e crenças por trás disso tudo. Eu aprendi muito sobre a tradição indiana com a novela.

A ISIS TEM ALGO EM COMUM COM A CAMILA?
Eu acho que todo personagem tem um pouco do ator, até porque ele sai de dentro da gente. A Camila era muito decidida, ela ia atrás do que ela queria, não tinha medo, e a Isis é exatamente assim. Sai de casa com 15 anos, com todo mundo contra, e fui sozinha. Já com a Camila aconteceu a mesma coisa, mas com o casamento (risos).

E COM A RAKELLI?
A Rakelli era espontânea, e eu sou espontânea também. Acho que isso faz o meu trabalho ser diferente, porque eu não tenho medo de me jogar. Acho que o ator tem que ter um ‘filão’ para fazer uma cena, regras precisam ser seguidas, mas nesse ‘filão’ tem que existir um buraco, que é o buraco da criatividade, da criação, da espontaneidade. Se o ator não conseguir se surpreender no palco, ele não vai conseguir surpreender mais ninguém. Eu acho que essa espontaneidade eu tenho, e a Rakelli era exatamente assim. Às vezes, a Rakelli fazia coisas que nem eu sabia que ia fazer, do nada ela dava um grito em cena, eu dizia, ‘olha ela gritou!’ (risos).

COMO MULHER, QUEM É ISIS VALVERDE?
A Isis é uma menina-mulher, e eu vou ser sempre assim porque eu intercalo momentos de garota, brincalhona, bobona, doida. Mas ao mesmo tempo uma mulher centrada, com metas, focada mesmo. Essa menina-mulher é um pouco de tudo e um pouco de nada.
Eu gosto de ser chamada de princesa porque um dos homens que eu mais amei - prefiro não comentar - (risos), que eu mais gostei, me chamava de princesa. E eu acho que quando saia da boca dele, ficava perfeito (risos).


COMO VOCE LIDA COM O ASSÉDIO DOS HOMENS?
Como qualquer outra mulher. Pra mim, é super normal. Quando você delimita o espaço do assédio, ele fica mais fácil de controlar. Então eu acho que eu delimito bem isso, até onde que pode ir, até onde pode chegar.

A ‘MENINA-MULHER’ É VAIDOSA?
Eu sou vaidosa até certo ponto. Hoje em dia, as pessoas estão banalizando o próprio corpo. Eu acho que as jovens atrizes de hoje não conseguem passar para que vieram porque estão mais preocupas em estar bonitas, estar bem, estarem jovens, bonitas e perfeitas. Tudo tem um limite, a vaidade também! A minha preocupação com a beleza é normal, eu adoro incentivar as pessoas a se sentirem bonitas. Tem dias que eu me acho bonita, mas tem dias que não. Tem dias eu olho para o espelho e quero quebrá-lo, não quero nem me olhar (risos). Mas têm dias eu olho para o espelho e me acho legal, ‘poxa, hoje eu tô bonita!’.

COMO É SUA RELAÇÃO COM A BAHIA E COM O POVO BAIANO?
Eu costumo dizer que eu tenho alma baiana, porque eu acredito em energia, no orixá, e isso aqui na Bahia é muito forte. A Bahia é um lugar onde eu me sinto muito bem. Eu tenho essa crença que o estado tem, essa coisa quente, forte, Iemanjá, Oxum, Ogum.

O QUE VEM DE NOVO POR AÍ? QUAIS SÃO OS NOVOS PROJETOS?
Agora, eu preciso descansar, terminei agora a novela e vou viajar. Estou há quatro anos sem férias e eu preciso de um tempo pra mim. Existem projetos para o cinema. Eu quero fazer muito cinema, já fiz um curta, mas estou com alguns planos para fazer filme. Agora eu estou investindo em contos também, porque eu amo escrever. Estou pensando em levar esses contos para as escolas, seria uma espécie de peça. Mas para isso eu tenho que estudar muito.

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