terça-feira, 3 de novembro de 2009

BRASILEIRO GASTA NO LUGAR DE POUPAR...

FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
O Brasil está poupando cada vez menos. A crise derrubou a taxa de poupança interna, o que dificulta o crescimento sustentável - sem inflação, juros mais altos ou valorização do câmbio. Se a situação não for revertida, o País terá de aumentar a dependência de capital externo em 2010 para voltar a investir.No primeiro semestre, a participação da poupança doméstica no Produto Interno Bruto (PIB) caiu para 13%. São quatro pontos porcentuais a menos que os 17% de janeiro a junho de 2008 e o menor patamar nessa comparação desde 2000, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).A queda ocorreu porque o consumo das famílias e os gastos do governo cresceram mais rápido que o resto da economia, enquanto os investimentos caíram de 19,7% do PIB para 14,7%. O consumo foi impulsionado por estímulos fiscais, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e pela maior oferta de crédito dos bancos públicos.Pelas estimativas da Corretora Convenção, a taxa de poupança deve terminar o ano em 14,4% do PIB, abaixo dos 16,9% de 2008. O economista-chefe Fernando Montero acredita em uma queda para cerca de 13,5% em 2010. “Nada indica que vamos consumir menos com juros baixos, renovada confiança e mais crédito. Além disso, é um ano eleitoral, quando aumentam os gastos públicos.”A taxa de poupança é aquilo que o País produz, mas não consome. É importante manter um nível razoável de poupança para financiar os investimentos. Uma boa analogia pode ser feita com a agricultura. Se comer ou vender toda a colheita, o produtor não terá sementes para plantar na safra seguinte.“Se o consumo e os investimentos crescem acima do PIB, a poupança se torna relevante, porque pode levar a déficit em transações correntes. O resultado é mais importação”, disse o chefe do Departamento de Economia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fernando Puga. É uma questão simples de oferta e demanda. Com gastos e consumo subindo mais que o PIB, e sem economias internas, é necessário trazer capitais de fora. Cálculo da Convenção aponta que, para retomar o nível de investimento pré-crise de 19% do PIB, o Brasil teria um déficit externo de 5% em 2010.

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