sexta-feira, 6 de novembro de 2009

EXPLICAÇÃO DA MORTE É UM MISTÉRIO...

FONTE: Mariacélia vieira e Tatiane Ribeiro (TRIBUNA DA BAHIA).


Foi encontrada morta dentro da piscina semiolímpica do Clube dos Oficiais da PM na tarde de ontem a aluna do Colégio Militar dos Dendezeiros, Jéssica Silva Araújo, de 11 anos. A jovem desapareceu durante as olimpíadas internas da instituição no dia anterior. O pai, o policial militar lotado na Assembleia Legislativa, Lourival Souza de Araújo, recebeu a notícia quando se encontrava na 3ª Delegacia (Bonfim) registrando o desaparecimento da menina. O corpo da estudante foi encontrado boiando por volta das 15 horas de ontem. A jovem estaria participando de uma competição de natação junto com aproximadamente 30 alunos, que estavam sob a coordenação da capitã Polyanna. Segundo professores, após fazer o aquecimento, ela não foi mais vista. Pais e alunos começaram a procurar pela garota, mas não conseguiram encontrá-la. Na quarta-feira, a polícia afirma ter feito uma varredura em toda a área do clube, que está localizado em uma vila militar. O drama da procura demorou quase 24 horas. Hospitais, casas de parentes, amigos e ruas foram visitados na busca da menina. Através de uma nota oficial, a Policia Militar lembrou que a aluna da 6ª Série do Colégio da Polícia Militar estava inscrita para uma competição de natação na quarta-feira na piscina do clube, mas não teria chegado a participar. Segundo colegas e professores, ela estaria nervosa e não queria competir. A piscina semiolímpica possui 25m X 12,5m, com profundidade de 1,40m a 3,30m, estava imprópria para uso, conforme afirmaram alunos do colégio militar e funcionários do clube. Segundo o tio da criança, José Raimundo da Silva Filho, sua irmã e a mãe de Jéssica, a avaliação dos professores para colocar a estudante em uma competição foi questionável. “Ela não sabia nadar a tal ponto de competir”, afirmou o pintor, logo após saber da morte da sobrinha. Com a esposa Cláudia Dantas, desde o momento do dito desaparecimento da estudante das imediações do clube, o pintor não descansou à procura da menina. Os pais, em estado de choque, não falaram com a imprensa.Jéssica foi vista pela última vez às 16 horas nas dependências do Clube dos Oficiais, local onde seria a competição. Ela estava vestida com os trajes da prova, um maiô verde e short de lycra azul. Os colegas de sala informaram que ela aparentava nervosismo por causa da competição. “A menina chegou a se aquecer na piscina e depois não compareceu quando foi chamada para a disputa esportiva. Começamos a procurá-la por toda parte. O fardamento dela ainda está nas dependências da escola. Ela não foi vista saindo pela portaria externa”, explicou o coronel da PM, Francisco Leite, no início da manhã de ontem. Os pais da menina foram informados sobre o desaparecimento. Procuraram a garota na casa de parentes e amigos, mas não a encontraram. Em nota oficial emitida no início da manhã, a Polícia Militar informava apenas que os pais da menina registraram o desaparecimento dela, na 3ª delegacia do Bonfim, o que na verdade, seria feito na parte da tarde.
DENÚNCIA DE NEGLIGÊNCIA DA PM.
Parentes da estudante ficaram sabendo da morte da jovem através dos jornalistas de plantão defronte ao clube. A tia, Cláudia Dantas, entrou em crise nervosa, acusando a diretoria do colégio de negligência, por não ter feito a varredura necessária. “Pedi a um capitão que esvaziassem a piscina. Não quiseram me ouvir e sequer acionaram o Corpo de Bombeiros que tinha mais experiência nesses casos”, gritava a mulher pedindo apuração e justiça.O pintor José Raimundo Silva Filho, marido de Cláudia, confirmou a solicitação feita pela esposa. Lembrou que quando vasculharam a piscina por volta das 23 horas de quarta-feira, o fizeram com um equipamento tipo peneira com cabo, sem os devidos recursos técnicos. O casal ficou nas dependências do clube até uma hora da manhã. Uma vistoria na região do colégio e na área da piscina também foi efetuada por familiares. Sobre a qualidade da água, o pintor afirma que estava realmente turva.
OFICIAIS SUSPENSO PELO COMANDO.
No início da noite de ontem, o diretor do Colégio da Polícia Militar, coronel Francisco Leite, reuniu a imprensa para informar que um Inquérito Policial Militar (IPM) vai apurar as circunstâncias da morte da estudante. O diretor antecipou que os dois oficiais da PM que coordenavam a competição de natação foram afastados das atividades pedagógicas. Segundo o coronel Francisco Leite, as investigações dependem agora do laudo da Polícia Técnica e da necropsia, que devem ser divulgados em dez dias. Também a Polícia Civil abriu inquérito para apurar as causas da morte de Jéssica Dizendo que não gostaria de especular, Leite informou que a criança não participou da competição e ao ser retirada inerte das águas, estava ainda com o short do uniforme, normalmente retirado pelo atleta antes de se dirigir às raias. “Se ela voltou à piscina, é isso que teremos que apurar”.Sobre a possível saída da estudante antes do término das atividades, ele ressaltou que como é um clube, seus sócios possuem livre acesso e a garota poderia ter saído e voltado. Existem informações de uma jovem teria visto Jéssica deixando o local em direção à escola. “Como estava nervosa, pensamos que teria procurado se refugiar em outro local. Vasculhamos a piscina. Nada foi encontrado e não achamos que deveríamos voltar a fazê-lo hoje (ontem)”, assegurou o coronel, que negou as afirmações de alunos e funcionários do clube de que a água estaria imprópria para uso. “Se eles avaliaram o local e aprovaram. Não poderia duvidar, inclusive porque o próprio clube liberou para seus sócios a área”, defendeu-se.

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