FONTE: JANIO LOPO (TRIBUNA DA BAHIA).
Duas boas notícias para o usuário do transporte coletivo de Salvador. Primeira: o prefeito João Henrique decidiu multar as empresas cujos ônibus permaneceram na garagem por conta da insensatez das chapas derrotadas para a eleição do Sindicato dos Rodoviários. Segunda: o Ministério Público promete indiciar os arruaceiros e solicitar à Justiça a pena de até dois anos de prisão aos que imaginaram transformar nossa capital na casa da mãe Joana, onde reinam desmoralizações e irresponsabilidades. João Henrique, conhecido por seu gênio pacífico e conciliador, perdeu as estribeiras e virou a cara para o patronato e para os maus comportados profissionais do volante. A baderna provocada por uma parte dos motoristas, cobradores e despachantes impediu centenas, talvez milhares de estudantes de prestarem à primeira etapa do vestibular da Ufba, afora o constrangimento que fizeram passar um exército de trabalhadores que chegaram atrasados para a labuta diária.
O prefeito não pode e nem deve perder a rédea da situação. O MP e a Justiça, por sua vez, têm que agir prontamente, punindo, dentro da legalidade, todos integrantes do movimento cujo propósito foi transformar a cidade num caos, inclusive impingindo à população sacrifícios desnecessários e desumanos. João Henrique, portanto, como é da sua obrigação, optou pela maioria, que está farta, estressada e enojada com os protestos dos rodoviários e motivos fúteis e estéreis, totalmente alheios à realidade dos cidadãos e da cidade.
O empresariado do setor, me parece, tem sido tolerante até demais. Não que comungue com o exibicionismo medieval e intolerável dos seus subordinados, mas talvez por ter amplo conhecimento da sua responsabilidade social enquanto homens de negócios. Afinal, estamos em pleno capitalismo, sistema pelo qual é inadmissível o investimento sem retorno. Quero crer que os patrões são sensíveis ao desemprego em massa, mas eles não podem ficar a assistir à ação de predadores em detrimento do interesse maior do povo de Salvador. Intuo que esta seria a mesma opinião de representantes dos controladores do sistema de transporte urbano na Câmara Municipal, a exemplo do vereador Henrique Carballal (PT) e outros que preferem não se expor tanto, mas logo se manifestarão contrários à determinação de João Henrique de enquadrar, com multas, as empresas do ramo. Para encerrar, já está mais do que justificada a razão de tamanha algazarra promovida pelos perdedores nas urnas. É que circulam no Sindicato dos Rodoviários todo mês mais de R$ 2 milhões, fruto de várias contribuições dos associados. Há, pois, uma galinha de ovos de ouro na entidade controlada há 20 anos por um mesmo grupo. Daí o velho dilema: quem está dentro não quer sair e quem já está fora não vê a hora de entrar.
Duas boas notícias para o usuário do transporte coletivo de Salvador. Primeira: o prefeito João Henrique decidiu multar as empresas cujos ônibus permaneceram na garagem por conta da insensatez das chapas derrotadas para a eleição do Sindicato dos Rodoviários. Segunda: o Ministério Público promete indiciar os arruaceiros e solicitar à Justiça a pena de até dois anos de prisão aos que imaginaram transformar nossa capital na casa da mãe Joana, onde reinam desmoralizações e irresponsabilidades. João Henrique, conhecido por seu gênio pacífico e conciliador, perdeu as estribeiras e virou a cara para o patronato e para os maus comportados profissionais do volante. A baderna provocada por uma parte dos motoristas, cobradores e despachantes impediu centenas, talvez milhares de estudantes de prestarem à primeira etapa do vestibular da Ufba, afora o constrangimento que fizeram passar um exército de trabalhadores que chegaram atrasados para a labuta diária.
O prefeito não pode e nem deve perder a rédea da situação. O MP e a Justiça, por sua vez, têm que agir prontamente, punindo, dentro da legalidade, todos integrantes do movimento cujo propósito foi transformar a cidade num caos, inclusive impingindo à população sacrifícios desnecessários e desumanos. João Henrique, portanto, como é da sua obrigação, optou pela maioria, que está farta, estressada e enojada com os protestos dos rodoviários e motivos fúteis e estéreis, totalmente alheios à realidade dos cidadãos e da cidade.
O empresariado do setor, me parece, tem sido tolerante até demais. Não que comungue com o exibicionismo medieval e intolerável dos seus subordinados, mas talvez por ter amplo conhecimento da sua responsabilidade social enquanto homens de negócios. Afinal, estamos em pleno capitalismo, sistema pelo qual é inadmissível o investimento sem retorno. Quero crer que os patrões são sensíveis ao desemprego em massa, mas eles não podem ficar a assistir à ação de predadores em detrimento do interesse maior do povo de Salvador. Intuo que esta seria a mesma opinião de representantes dos controladores do sistema de transporte urbano na Câmara Municipal, a exemplo do vereador Henrique Carballal (PT) e outros que preferem não se expor tanto, mas logo se manifestarão contrários à determinação de João Henrique de enquadrar, com multas, as empresas do ramo. Para encerrar, já está mais do que justificada a razão de tamanha algazarra promovida pelos perdedores nas urnas. É que circulam no Sindicato dos Rodoviários todo mês mais de R$ 2 milhões, fruto de várias contribuições dos associados. Há, pois, uma galinha de ovos de ouro na entidade controlada há 20 anos por um mesmo grupo. Daí o velho dilema: quem está dentro não quer sair e quem já está fora não vê a hora de entrar.
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