terça-feira, 3 de novembro de 2009

SIDERÚRGICA EMPREENDIMENTO DE GRANDE PORTE PODE VIR PARA A BAHIA...

FONTE: Gerson Brasil & Alessandra Nascimento (TRIBUNA DA BAHIA).

A Bahia pode ganhar uma siderúrgica de grande porte e ingressar num novo ciclo de desenvolvimento, o que fomentaria a atração de outras montadoras, bem como tornaria mais dinâmico o polo naval, e ainda possibilitaria a vinda para o Estado de empresas da chamada linha branca. A Secretaria da Indústria e Comércio já contabiliza a assinatura de protocolos de intenção, “é o que informa a assessoria de comunicação da SIC. “Com o início das operações de Caetité a Bahia será o terceiro maior produtor de minério de ferro do Brasil, respondendo pela produção de 60 milhões de toneladas por ano. A secretaria tem recebido a manifestação de várias empresas no intuito de se instalarem no Estado, mas os projetos estão sob análise. É nossa intenção que uma siderúrgica de ponta seja instalada no distrito industrial que está sendo planejado para o Complexo Porto Sul. Ele receberá através da Ferrovia Oeste Leste a produção de minério da Bahia. Entendemos que é mais vantajoso comercialmente para a Bahia exportar produtos finais que commodities”, explica a assessoria.
IMIC - Documento produzido pelo Instituto Miguel Calmon em parceria com associados dá conta de que a Bahia precisa de uma siderúrgica de ponta para fabricação de aços planos. Segundo o presidente do IMIC, Adary de Oliveira, “já temos instalado no Estado uma siderúrgica de aços longos que fabrica os chamados vergalhões e cantoneiras que tem principal aplicação na construção civil. O que nós precisamos é de uma grande siderúrgica de aços planos matéria-prima para a fabricação de chapas metálicas a serem utilizadas principalmente na indústria automobilística, naval e de eletrodomésticos. Poderímos atrair indústrias dos chamados produtos de linha branca, que hoje se concentram no Sudete do País. A produção das chapas atenderia atambém a demanda da automobilística Ford que consome aproximadamente 160 mil toneladas por ano e hoje é abastecida por uma siderúrgica de São Paulo”. Oliveira analisa os impactos desta nova siderúrgica a partir da instalação do Polo Naval. “A Bahia terá uma grande demanda de aços planos. A matéria-prima para esta nova usina é o ferro esponja e ele já é produzido em larga escala no Estado. Temos na Bahia as condições perfeitas para abrigar esta siderúrgica. Além da matéria prima há reserva de gás natural. Hoje produzimos 10 milhões de metros cúbicos por dia e com a entrada em operação da El Paso, em Camamu, a produção vai ser ampliada. Com isso nosso Estado terá uma sobra entre 4 a 5 milhões de metros cúbicos por dia”, esclarece.A equipe de reportagem entrou em contato com o Complexo Industrial Ford Nordeste para saber maiores informações a respeito da demanda interna de aços planos, mas a assessoria de comunicação da montadora informou através de nota que “por ser informação considerada estratégica, a empresa não pode confirmar dados sobre a demanda de aço”.
LAMINADOS PLANOS.
O IMIC fez um levantamento sobre laminados no Brasil e obteve como resultado que o consumo de laminados planos de aço carbono (revestidos e não revestidos) em 2004 foi estimado pelo Instituto Brasileiro de Siderurgia em 10.538 mil toneladas de aços especiais de 484 mil toneladas, corresponde a ínfimos 4,4% do consumo de aços planos no Brasil. O estado de São Paulo é o principal consumidor de aços planos, por conta das indústrias lá instaladas e que demandam este tipo de produto, e em 2004 chegou a representar 54,4% do total vendido no Brasil. Na Bahia o consumo de laminados planos passou a ser mais expressivo com a implantação do Complexo Ford, que absorve 156 mil toneladas ano.
Reserva - O Brasil é o maior produtor mundial de minério de ferro e o segundo maior exportador, com a vantagem de que o produto é considerado de alta qualidade, em razão do teor de pureza que chega a 64%, enquanto o da Austrália fica em 59% e o da China menos de 40%. O país é detentor de aproximadamente 6% das reservas mundiais, estimadas em 310 bilhões de toneladas de minério de ferro.A produção brasileira siderúrgica é altamente concentrada, a quase totalidade das indústrias está localizada na Região Sudeste, onde estão instaladas 91,6% da capacidade de produção do País, sendo que cerca de 35% do total tem como base o estado de Minas Gerais. De acordo com Adary Oliveira, há espaço para uma descentralização da produção de aços, principalmente de aços planos que tem maior valor agregado e a Bahia tem condições de abrigar uma grande siderúrgica, com capacidade de processar 30 milhões de toneladas ano.O faturamento da indústria siderúrgica no Brasil atingiu a cifra de US$ 42,5 bilhões em 2008, considerando a cotação do dólar de US$ 2,29, e recolheu aos cofres públicos o equivalente a US$ 8,9 bilhões, sendo US$ 1,1 bilhão de na forma de IPI e US$ 4,5 bilhões de ICMS, entre outros tributos, No quesito emprego foram registrados 114.700 mil empregos diretos. No comércio internacional, Brasil e Austrália são os maiores exportadores de minério de ferro, juntos eles somam 65,3% e Japão , China Alemanha e Coreia do Sul são os principais mercados absorvedores, representando 63,7% do total.

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