quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

ATÉ O DIABO QUER MAIS UM CIRCUITO...

FONTE: Jolivaldo Freitas (TRIBUNA DA BAHIA).

O Carnaval de Salvador nestes 60 anos de Trio Elétrico e 25 anos de Axé Music é maior do que supõe qualquer vã filosofia. O que estamos vendo nos circuitos é apenas a ponta do iceberg. Pena que as autoridades que vêm e vão não querem ver. Talvez com medo de ter mais trabalho e custos. A festa somente não cresce, gerando mais emprego e renda, porque também os grupos unidos e pétreos que dominam festa e dela expropriam ao máximo, cercam os caminhos e impedem com artimanhas e manhas, a chegada de novas ideias e ações.Novos trios, blocos, circuitos e caras novas sofrem para vencer a barreira imposta por aqueles que souberam aproveitar a gênese da festa em seu atual formato comercial e enfiaram suas ventosas. Não tem quem consiga tirar, pois, falta autoridade com coragem suficiente para enviar um projeto regulatório democrático para a Câmara de Vereadores, por exemplo, para dar chances a todos aqueles que querem se amalgamar à essência da festa.
Vemos há tempo queixas e choros de centenas de músicos, cantores, produtores e neo-empresários querendo uma chance e não encontram respaldo. O que ouvem é que em todos os circuitos o círculo está fechado. Quem perde? O público que não vê grandes mudanças em sua cultura carnavalesca; o empresário que não evolui em suas ações, o município e o Estado que veem passar ao largo impostos e outras contribuições.
A fórmula atual dos circuitos oferecidos aos foliões da terra e da massa imensa que vem de outros estados e cidades interioranas é a mesma, apenas ungida com alguma purpurina para dar um falso brilho de diferenciação. Excetuando-se novas músicas, figurinos das estrelas e uma ou outra dança, nada de novo e tudo como dantes.
É hora de abrir vaga num novo circuito. De fazer o Carnaval de Salvador evoluir. O Estado tem sim de ajudar na organização de renascimento das escolas de samba. A Prefeitura tem de criar um circuito novo para novos blocos e novas estrelas. Pode ser na área do Comércio ou na Paralela. Quem terá coragem de propor e viabilizar? O trio anda.

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