terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

INDEFINIÇÕES NA SUCESSÃO...

FONTE: Ivan de Carvalho (TRIBUNA DA BAHIA).

Várias e fundamentais são ainda as indefinições no cenário da sucessão baiana. Até mesmo sobre o que parece absolutamente certo – as candidaturas de Jaques Wagner, Paulo Souto e Geddel Vieira Lima a governador – alguns políticos põem dúvidas. Não a respeito da candidatura de Wagner à reeleição, mas quanto às outras.
Alegam que, a depender de uma série de circunstâncias, algumas improváveis, Souto ou Geddel poderiam trocar a aspiração ao governo por uma disputa por cadeira de senador. Mas deixemos isso de lado, já que as duas hipóteses parecem, no momento, muito improváveis.
Vamos às indefinições mais objetivas. Começando por uma quase certeza: o conselheiro do TCM, ex-governador Otto Alencar, vai se aposentar de seu atual cargo, filiar-se ao PP e concorrer a senador pela coligação que será formada em torno da candidatura de Wagner à reeleição.
E a outra vaga de senador, já que duas cadeiras estão em jogo? Aí é que se transpõe o portal do inferno. O governador esforça-se para completar sua dupla para o Senado com a candidatura à reeleição do senador César Borges, presidente estadual do PT e considerado candidato à reeleição quase imbatível.
“Ex-carlista histórico”, gritam políticos da “esquerda” do PT, a exemplo do deputado federal Zezéu Ribeiro e do líder do partido na Assembleia, Paulo Rangel. E lançam alternativas como Waldir Pires e o deputado, ex-candidato a prefeito de Salvador e secretário estadual Walter Pinheiro.
Zezéu e Rangel podem até “ceder ao consenso” que o governador tenta estabelecer. Mas será que a militância e os simpatizantes do PT vão mesmo votar no “carlista” ou “ex-carlista” César Borges? E se eles tiverem alternativas? Pois vão ter. O deputado federal Edson Duarte é candidato a senador pelo PV da candidata a presidente Marina Silva.
E Lídice da Mata, se não lhe for aberto espaço na chapa majoritária (para senadora ou vice-governadora) pode muito bem disputar cadeira de senadora pelo PSB. Enquanto isso, César Borges, se candidato na coligação liderada por Wagner, tende a perder muitos votos da área em que militou na política “desde criancinha”, a área do DEM e adjacências.
Quanto à chapa majoritária liderada por Paulo Souto, tem como uma possibilidade séria a candidatura do senador ACM Júnior, caso César Borges fique com Wagner. Mas, e a outra cadeira de senador na chapa de Souto, quem a disputaria? Mistério, ainda.Quanto ao ministro Geddel Vieira Lima, a primeira indefinição a ser eliminada é a de o presidente Lula aceitar ou não a indicação do secretário executivo do Ministério da Integração Nacional, João Santana, para sucedê-lo no cargo.
Definir isto significará a definição de outras questões, a principal das quais o relacionamento do peemedebista Geddel com a candidatura presidencial de Dilma Rousseff. Geddel, sabe-se, confia em que João Santana o sucederá. Os indícios apontam também para isto. Mas a nomeação será somente no início de abril. Convém lembrar Lavoisier – na natureza tudo se transforma. Um provável candidato ao Senado Geddel já tem, o vice-prefeito de Salvador, Edvaldo Brito. Falta o outro. Lídice não se sensibilizou com o aceno que lhe foi feito.

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