terça-feira, 27 de abril de 2010

O SONHO VIROU PESADELO...

FONTE: RAPHAEL CARNEIRO, TRIBUNA DA BAHIA.

O menor W.O.A. poderia acordar hoje com a comemoração de ter realizado um sonho. Com a ajuda de um amigo, o adolescente de 14 anos havia conseguido a oportunidade de realizar um teste na divisão de base do Vitória ontem. A tão esperada chance de se tornar goleiro estava próxima, mas não aconteceu por causa de um torcedor que um dia poderia lhe chamar de ídolo.
Hoje, dia 27 de abril de 2010, o torcedor do Bahia passará o segundo dia na UTI do Hospital Jorge Valente. O projétil, que entrou pelo maxilar, continua alojado no corpo do adolescente, na coluna. Seu quadro é grave, mas estável, de acordo com as informações médicas.
O acusado pelo crime, de acordo com a Polícia Militar, é magro, alto e de pele branca. Os amigos que estavam com o menor Wesley afirmaram que, além da pessoa que atirou, havia uma outra pessoa. Os dois estavam com uniformes da Torcida Uniformizada Os Imbatíveis e fugiram correndo pela comunidade Vila de Nova Pituaçu, em direção à Avenida Gal Costa. Eles continuam foragidos.
Enquanto isso, o torcedor do Bahia não consegue movimentar o membro superior direito. A bala está nas duas primeiras vértebras da coluna. “São as principais, que dão movimentação ao pescoço”, afirmou Marcos Lopes, médico do Bahia e especialista em coluna, que avaliou o adolescente na tarde de ontem, no hospital, antes de ir ao Fazendão.
Lopes disse que o Bahia agilizou a transferência do menor do Hospital Geral do Estado (HGE) para o Jorge Valente. Wesley está com três fraturas no rosto e uma na coluna cervical. Além de não conseguir movimentar parte do corpo, ele se alimenta através de sonda, respira normalmente, mas ainda não está lúcido. “Ele está em um estado de semiconsciência”, comentou o médico.
Ainda é cedo, segundo Marcos Lopes, para saber se W.O.A. sofrerá sequelas. “A prioridade, nesse momento, é apenas a sobrevivência dele”. O garoto será submetido a exames diários para acompanhar a lesão. Não está definido ainda se a bala será retirada do corpo. Existe a possibilidade de a cirurgia sequer ser feita. Também não há previsão de quando o adolescente deixará a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Jorge Valente.

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