segunda-feira, 27 de setembro de 2010

PSICÓLOGA ENSINA CASAIS A DISCUTIR A RELAÇÃO FINANCEIRA...

FONTE: HELOÍSA HELVÉCIA, EDITORA DE EQUILÍBRIO E SAÚDE (www1.folha.uol.com.br).
"Quando a gente ama, não pensa em dinheiro." E acaba no mercado, batendo boca com a paixão da vida porque um quer arroz-agulhinha, o outro, parboilizado.
Decisões a dois envolvendo gastos, em especial essas de todo dia, acontecem no piloto automático. Não deveriam, segundo as análises dos diálogos entre casais que recheiam o livro da psicóloga Cleide Bartholi Guimarães.
O livro mostra como os acertos de contas das duplas pós-modernas são feitos de maneira quase inconsciente.
Não que escolhas racionais sobre o que fazer com a grana, debatidas e calculadas na ponta do lápis, sejam caminho para evitar conflitos ou impedir que esse tipo de discordância afete o vínculo. "Até hoje, não foi criado um método que pudesse oferecer garantias de bom entendimento para casais nessa questão", a autora tem a decência de confirmar.
Será sempre um estresse e uma chatice ímpar "discutir a relação" -ainda mais do ponto de vista dos tostões. Mas faz parte. E, na visão da psicóloga, faz certa diferença poder perceber, nos embates, que um tipo de arroz nunca é só um tipo de arroz -para usar o mesmo exemplo comezinho.
TERAPIA.
Já que uma hora ou outra você vai brigar mesmo por "questões materiais" com seu parceiro, aproveite para pensar a respeito, entender a complexidade da mistura entre sentimento e moeda e para perceber o que há em jogo.
Estão em jogo os estilos passados pelas famílias de cada um e reproduzidos sem querer, na hora de criar outra família e manejar o dinheiro em dupla. Em jogo, também, as disputas de poder, as dívidas emocionais disfarçadas de administração doméstica.
As conversas entre casais de verdade que o livro traz mostram o peso do gênero na questão financeira. Guimarães analisa a armadilha do modelo velho em que um só é o provedor e revela as desigualdades na relação de cada sexo com a "plata".
Homônimo da novela mexicana "Até Que o Dinheiro nos Separe", o livro levanta todo esse drama formado por padrões e tabus que empobrecem a vida financeira nos relacionamentos.
Apesar do subtítulo ("O Meu, o Seu, o Nosso Guia Prático de Finanças para Casais"), não há "dicas", "regras" nem "passos" para ajudar pombinhos a formar o pé-de-meia. Está mais para os porquês do que para os "como". Parece autoajuda, mas não é.
É um estudo derivado de uma dissertação de mestrado sobre o "processo de construção do compromisso financeiro do casal de dupla carreira na fase de aquisição do ciclo vital" -ufa.
Sua principal receita contraria o Tim Maia e aconselha o casal a pensar em dinheiro.
Mais que pensar, é preciso discutir qual significado tem para cada um o dinheiro, metáfora de tudo e todos. "Não garante que a convivência seja melhor ou pior, mas garante ao menos uma escolha conjugal mais consciente."

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