segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

CERCA DE 23% DOS BRASILEIROS SOFREM DE DEPRESSÃO PÓS-FÉRIAS...


FONTE: Ayeska Azevedo (ayeska.azevedo@redebahia.com.br) CORREIO DA BAHIA.

Quadro típico da volta ao trabalho é mais comum do que se pensa.
Quando lembra que em quatro dias terá que voltar ao trabalho, a professora Marta Regina Teixeira, 29 anos, diz que está com uma sensação de tristeza.
“Toda vez que tiro férias fico assim quando vai acabando”, conta a professora, que passou dias bastantes agitados com a família nesse período de descanso.
“Fomos para a ilha desde o ano-novo e por lá fizemos vários passeios, recebemos parentes de outro estado, que não víamos há muito tempo.
Agora que estou perto de voltar pro trabalho bate uma saudade antecipada dessa folga toda, e sei que depois vou ficar preguiçosa e levar alguns dias pra me readaptar à rotina”, comenta.
Quando retornou ao trabalho, o designer Ricardo Santana, 40 anos, conta que passou alguns dias com a sensação de que ainda não havia “entrado no clima”.
Ele teve um mês de férias que, segundo ele, podem se resumir a quatro dias maravilhosos no Rio de Janeiro. “Apesar do pouco tempo que passei viajando, foi um passeio de sonho. Eu já estava até esquecido de como é bom ser turista.
Queria que o tempo parasse ali e não tivesse que voltar a trabalhar”, relata.A professora e o designer não estão sozinhos. Segundo pesquisa da Associação Internacional de Gerenciamento do Estresse no Brasil (Isma-BR), 23% dos brasileiros sofrem de depressão pós-férias.
“É normal que isso aconteça, pois por um mês a pessoa refaz os contatos com os amigos, com a família, vive momentos de euforia e isso traz prazer.
Quando volta das férias ela é obrigada a refazer o contato com o cotidiano”, observa o psicólogo Rui Diamantino.
De acordo com Diamantino, os motivos para a apresentação desse quadro vão desde a insatisfação profissional à falta de perspectivas de promoção ou crescimento.
“Quem tem no trabalho um projeto de vida volta à rotina com mais prazer. Mas, quem tem no trabalho uma mera obrigação apenas para pagar as contas vai enfrentar mais problemas”, diz.
O que importa Para a administradora Monique Araújo, 36 anos, o retorno ao trabalho está sendo bastante complicado. Ela emendou as férias com seis meses de licença-maternidade e agora, a contragosto, está voltando ao trabalho com um bebê de sete meses em casa.
“Estou na primeira semana de retorno, me readaptando à nova realidade. Estou nervosa, com vontade de chorar quando chego ao escritório”, desabafa.Na opinião do consultor Anderson Cavalcante, autor do best seller “ O que realmente importa”, o profissional que sente essa falta de motivação para voltar ao trabalho precisa rever suas prioridades.
“O indivíduo tem que procurar descobrir qual o seu propósito maior na vida e resgatar os seus valores. Quem anda no piloto automático se distancia de seus valores”, acredita. Cavalcante indica que o profissional faça um planejamento da própria vida.

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