domingo, 26 de junho de 2011

CARDIOLOGISTAS DISCUTEM O EXCESSO DE EXAMES E TRATAMENTOS INVASIVOS...

FONTE: Do UOL Ciência e Saúde (noticias.uol.com.br).


Na busca pelo diagnóstico precoce e tratamento correto da Doença Arterial Coronária Crônica (DACC), muitos especialistas solicitam exames em excesso. O excesso de exames pode levar ao exagero no uso das intervenções, principalmente as angioplastias e os implantes dos stents.


“O tratamento clínico – com o uso de medicamentos, modificação do estilo de vida e correção dos fatores de risco – ainda é a opção mais eficiente, com menor risco e custo”, defende o professor Livre-Docente em Cardiologia pela FMUSP e palestrante do XXXII Congresso de Cardiologia da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – Dr. Maurício Wajngarten.

Nos Estados Unidos, o número de angioplastias cresceu 69% entre 1990 e 2004. No entanto, dados apresentados recentemente no Congresso do American College of Cardiology colocam em questão se está ocorrendo um exagero nas indicações desse tratamento para obstrução das coronárias.


Um banco de dados americano que incluiu 900 diferentes hospitais mostrou que entre julho de 2009 e junho de 2010 foram realizadas 500 mil angioplastias. Desse total, 150 mil foram realizados em pacientes com DACC. Uma análise sobre a adequação das indicações desse tipo de tratamento concluiu que a metade delas foi duvidosa ou inadequada.

Wajngarten explica que “a angioplastia ou cirúrgia são opções para pacientes muito sintomáticos, ou que não respondem ao tratamento clínico ou ainda para os casos com risco atribuível à doença coronária muito elevado”.

As Diretrizes elaboradas pelas Sociedades de Cardiologia ainda recomendam que a avaliação do risco e a escolha do melhor tratamento dos pacientes com doença coronária crônica estável seja baseada em um bom histórico clínico e na realização de exames convencionais, como eletrocardiograma e teste ergométrico.


“A febre do momento é a angiotomografia – que permite a visualização tridimensional do coração e das artérias coronárias – mas esse tipo de exame é indicado para casos muito específicos, de alta complexidade”, explica o cardiologista. “Costumo dizer que excesso de exames mal aplicados pode levar à intervenções desnecessárias”, conclui.

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