quinta-feira, 28 de julho de 2011

AÇÚCAR PODE CAUSAR DEPENDÊNCIA...

FONTE: Noemi Flores, TRIBUNA DA BAHIA.

Em recente entrevista, o endocrinologista americano Robert Lustig, pediatra da Universidade da Califórnia, em San Francisco, afirma que o açúcar causa dependência tanto quanto o álcool e o cigarro, inclusive a ponto de sugerir a proibição para menores de 21 anos, o que vem causando polêmica de repercussão internacional.


Para o endocrinologista baiano Osmário Salles, do Centro Médico Aliança, a dependência existe porque “o açúcar libera neurotransmissores, substâncias químicas produzidas pelos neurônios, que dão a sensação de bem estar".


O especialista explica que existe uma espécie de tradição de várias pessoas em achar que comendo doce vão ficar melhor. E que tem indivíduos que não conseguem ficar sem comer um doce após as refeições. Ele aconselha que a melhor campanha deve ser feita pela própria pessoa: não ver, ou seja não ter em casa doce nenhum.


A maior parte das vezes o hábito já vem da infância, por isto o endocrinologista alerta os pais para “criar os filhos desde que nascem com alimentação sadia. As crianças de hoje não são bem criadas porque os pais não educam para que se alimentem adequadamente e as consequências são sérias porque quem se alimenta mal em criança vai ser um adulto obeso”, garantiu.


Uma constatação lamentável porque, segundo o especialista, “é difícil se ver crianças comendo frutas e verduras. Devem criar um hábito saudável desde cedo, com a seguinte base: alimentação saudável e exercício físico”. E para os adultos, Salles aconselha que não esqueçam de sete mandamentos que considera fundamentais para se viver bem:


1) não fumar e beber pouco;


2) praticar exercício físico;


3) praticar exercício mental;


4) alimentação sadia;


5) amor e carinho com outra pessoa, mas também ter sempre dentro de si estes sentimentos; dormir bem; se aposentar, mas continuar trabalhando.


MALES DO AÇÚCAR - O açúcar causa um aumento repentino nos níveis de glicemia, otimizando o depósito de gordura nas células. Este aumento na glicemia provoca a secreção de insulina, que pode baixar as taxas de glicemia rápido demais. O consumo exagerado de açúcar também pode provocar diabetes.


O excesso de glicose deixa de ter utilidade nas células e passa a circular pelo sangue, obrigando o pâncreas a secretar grandes quantidades de insulina. Estas condições, se mantidas por um longo período, representam grandes chances de instalação do diabetes.


Para a nutricionista Cristina Passos o fundamental é não ingerir açúcar em excesso, as doses devem ser moderadas, tipo duas colherinhas em uma xícara de café já são suficientes.” Qualquer excesso pode ser prejudicial, não só do açúcar como de qualquer alimento. Tudo deve ser equilibrado”.

BARIÁTRICA É REJEITADA.
Ainda sobre os males do açúcar não se pode esquecer que uma das consequências da ingestão demasiada do produto é a obesidade e o diabetes. Há dois anos o apresentador de televisão Fausto Silva foi submetido a cirurgia, em fase experimental, chamada de gastrectomia vertical com interposição de íleo, criada pelo médico Áureo Ludovico de Paula para curar a diabete e reduzir o estômago.


Mas, na semana passada, em decisão consensual, o pleno do Conselho Federal de Medicina (CFM), instância máxima da entidade, rejeitou incluir na lista dos procedimentos regulamentados pelo órgão a cirurgia de redução de estômago, até que sejam apresentados estudos que comprovem sua eficácia e segurança. A técnica é chamada de interposição do íleo. O íleo é a porção final do intestino delgado onde são secretados hormônios que estimulam a ação da insulina no pâncreas.


O médico João Ettinger, um dos maiores especialistas, na Bahia, de cirurgia bariátrica concorda com a medida, embora admita que pelo conceito é teoricamente uma cirurgia que viria a dar certo. No entanto, destaca que o procedimento é experimental, “os resultados não foram aceitos pela Sociedade Bariátrica, teriam que ser testados animais, em primeiro lugar, protocolados seres humanos, sendo acompanhados pelos cientistas para se certificar dos resultados a longo prazo”. Ettinger confessa que não se sentiria à vontade em realizar a cirurgia devido a estes fatores.

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