quinta-feira, 23 de maio de 2013

HIPERIDROSE É SUOR DO CONSTRANGIMENTO...


FONTE: Silvana Blesa, TRIBUNA DA BAHIA.

A estudante Amanda Soares Santos, 18 anos, transpira exageradamente nas mãos, pés, axilas e coxas desde criança. Agora na fase adulta, a jovem se diz constrangida com o suar demasiado nessas partes do corpo e já deixou de fazer várias coisas por conta da transpiração. “Todos os domingos acompanho a minha família na missa na igreja católica e na hora de dar as mãos para rezar o pai nosso ou dar o abraço da paz de cristo, eu saio da igreja para que as outras pessoas não peguem em minhas mãos molhadas”.

Esse suor exagerado que Amanda sofre desde pequena é chamado de hiperidrose. É causado por um aumento na atividade do sistema nervoso simpático, um sistema autônomo sobre qual não temos controle. Conforme os especialistas, a hiperidrose é relativamente comum e atinge cerca de 1% da população. “São pessoas que chegam a suar de quatro a cinco vezes mais do que é considerado natural e estão constantemente com rosto, mãos, axilas e pés molhados de suor”, diz o dermatologista Anderson Bertolini.

Amanda ainda ressalta que precisa escolher o tipo de sandália que usa devido os pés transpirar muito e ser difícil se equilibrar, mesmo se tratando de chinelos rasteiros. “Salto eu não consigo usar. Geralmente eu escolho as sandálias que têm algum tecido, ou que seja de couro que acaba sugando um pouco o suor. É muito ruim transpirar assim. Na academia, também fico constrangida, pois a minha roupa fica totalmente molhada porque também transpiro muito nas coxas. Tenho que usar malhas estampadas ou pretas que disfarçam a mancha de suor”, salientou.

O dermatologista disse ainda que em algumas pessoas, pode aparecer um suor intenso, localizado, desproporcional à temperatura, que piora sob fatores emocionais. É um suor completamente diferente do suor “normal”, que causa desconforto, constrangimento e comprometimento importante da qualidade de vida. Os sintomas, segundo o médico, podem ocorrer já na infância e na adolescência ou somente na idade adulta, às vezes inesperadamente, mas que podem ser desencadeados pelo aumento da temperatura ambiente, o exercício, a febre, a ansiedade e a ingestão de comidas condimentadas.

“Não se trata de uma doença grave, quanto a risco de vida, mas é uma situação extremamente desconfortável, que causa profundo embaraço social e transtornos de relacionamento e psicológicos no portador. São pessoas que frequentemente se isolam socialmente e adquirem hábitos para esconder o seu problema”, relatou.

Aplicação de botox ajuda.

As injeções de botox impedem a hiperatividade das glândulas sudoríparas, interrompem a produção de suor e minimizam o cheiro desagradável. “O botox, uma proteína purificada da toxina botulínica, bloqueia as terminações nervosas que enviam sinais às glândulas sudoríparas. A eficácia das injeções pode durar entre três e oito meses”, explica Bertolini. A aplicação de toxina botulínica é capaz de eliminar o suor, mas os efeitos não são definitivos, por isso é necessário fazer a reaplicação a cada seis ou 12 meses. Para os casos mais extremos de hiperidrose, a cirurgia é considerada de risco.

“A cirurgia é mais bem sucedida e mais comum em casos de hiperidrose palmar severa, mas na parte inferior do corpo, um procedimento similar chamado Simpatectomia Lombar pode ser usado para hiperidrose plantar. Contudo, vale lembrar que nestes casos, a avaliação médica será bem mais criteriosa”, alerta o médico. A aplicação de botox custa em torno de R$ 600 a R$ 900.

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