sexta-feira, 26 de julho de 2013

CONHEÇA OS SEIS ERROS NA ROTINA DAS CRIANÇAS QUE ATRAPALHAM O SONO...

FONTE: Raquel Paulino/iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.

                    
Quando o recém-nascido chega em casa, os pais já estão sabem que terão muitas noites mal dormidas pela frente. “Até os seis meses de idade, é natural o bebê acordar uma ou mais vezes durante a madrugada, com fome ou cólicas. Faz parte do desenvolvimento de todo ser humano”, justifica Gustavo Moreira, pediatra pesquisador do Instituto do Sono. O que consola os adultos despertados pelo choro infantil é saber que essa fase deve acabar antes do primeiro aniversário.

Só que há casos em que o tempo passa e a criança continua não conseguindo uma noite completa de descanso. “À medida que o bebê cresce, espera-se que seu sono diurno vá diminuindo e os despertares noturnos também. Se ele não consegue dormir uma noite inteira depois de um ano de idade, isso causa estranhamento e se torna uma queixa dos pais, esgotados”, afirma o neurologista Geraldo Rizzo, especialista em medicina do sono e diretor do laboratório Sonolab.

O cansaço dos pais, segundo Moreira, é o principal motivo pelo qual as interrupções no sono dos filhos são levadas ao conhecimento do médico. Mas uma noite agitada nem sempre significa que a qualidade do descanso dos pequenos terá sido ruim.

No caso do terror noturno, por exemplo, o sono infantil não é fragmentado. “A criança acorda assustada, por isso o adulto precisa ter muita calma e esperar que ela volte a dormir. No dia seguinte, ela dificilmente se lembrará disso”, garante o pediatra. Se o problema for sonambulismo, o impacto no descanso é menor ainda, e as únicas preocupações dos pais devem ser não acordar o filho, levá-lo de volta para a cama e sempre manter portas e janelas trancadas. 

Saiba quais são os erros que os pais cometem na rotina dos filhos que podem realmente atrapalhar o sono do seu filho e o que fazer em relação a eles.


1 - Falta de limites. 
Toda noite é a mesma cena: na hora de dormir a criança faz birra, pede colo, mamadeira, chora e grita que não vai para o quarto. Moreira chama esse quadro de “insônia de falta de limites”, que atinge cerca de 30% das famílias, leva a um início de sono conturbado e não permite o relaxamento completo ao longo das próximas horas. Rizzo confirma: “A falta de estabelecimento de limites é um dos mais comuns distúrbios do sono, especialmente no primogênito”. O que resolve a situação é pulso firme. “Os pais precisam acostumar os filhos a irem para a cama sem artifícios se não quiserem que eles associem o sono a todo esse processo cansativo e prejudicial. Hora de dormir é hora de dormir”, determina Moreira.


2 - Não adotar uma rotina de desaceleração. 
Tentar colocar a criança para dormir logo depois de uma atividade física ou mental intensa é frustração certa. Com a adrenalina alta, seu sono não virá e ela levantará em pouco tempo. As duas horas que antecedem a ida para a cama devem ser de relaxamento – por isso, nada de aulas de esporte depois das 18h ou de fazer a lição de casa à noite. “Os pais devem adotar uma rotina relativamente rígida para ensinar os filhos a dormir”, sugere Rizzo.


3 - Não estabelecer o horário de se recolher. 
Crianças têm que ir para a cama entre 19h e 21h. Moreira explica por quê: “Devido ao ciclo circadiano, que interfere nos estados de alerta e sonolência, esse é o período da noite em que elas sentem sono. Se perderem a ‘janela’, os pais precisarão esperar uma próxima brecha, quase na madrugada, para conseguir fazê-las dormir”. Desde o primeiro ano de vida, determine um horário dentro desse intervalo para seu filho se recolher e o apresente como parte da rotina, para que ele aceite com naturalidade.


4 - Luz acesa/TV ligada no quarto à noite ou computador/tablet/smartphone na cama. 
Nesses casos, a distração é um problema, mas não o maior deles. O que realmente atrapalha o sono das crianças é o fato de a iluminação irradiada inibir a produção de melatonina, o hormônio responsável pela estimulação do sono. “O cansaço do corpo vence, mas o descanso é cheio de interrupções”, esclarece Moreira. Caso seu filho tenha medo de escuro, converse com ele para deixá-lo mais à vontade com a falta de luz ou procure a ajuda de um psicólogo. E resista à tentação de manter lâmpadas acesas para ajudá-lo a dormir.


5 - Ambiente mal preparado para o sono. 
Barulho, luz, muito frio ou muito calor são características que não incentivam o sono. Para que as crianças durmam em paz, Moreira recomenda um ambiente silencioso, com janelas e cortinas fechadas e temperatura amena.


6 - Barriga cheia pouco antes de ir dormir. 
Ânsia, refluxo e vômito são os principais problemas que podem surgir ao longo da noite em que seu filho tenha ido dormir logo depois de comer. Resultado: sono fragmentado e de má qualidade. O ideal é que ele faça a última refeição do dia pelo menos duas horas antes de ir para a cama. Esqueça a possibilidade de ele ter pesadelos. “É mito”, assegura Rizzo.

Se com todas essas medidas a qualidade do sono do seu filho não melhorar, não hesite em procurar um especialista em medicina do sono e seguir suas indicações para garantir noites tranquilas para toda a família.

Nenhum comentário:

Postar um comentário