domingo, 27 de abril de 2014

ESTUDO MOSTRA QUE FALTA DE ESCOVAÇÃO DENTÁRIA ELEVA RISCO DE INFARTO...

FONTE: Carmen Vasconcelos (carmen.vasconcelos@redebahia.com.br), CORREIO DA BAHIA.
Segundo o cardiologista André Durães, os estudos que tentam encontrar relação entre a saúde bucal e problemas sistêmicos não são novos e geram diversas controvérsias.
A máxima de que a saúde começa pela boca nunca esteve tão atual, especialmente depois que um estudo da University College London (UCL) mostrou que o hábito de não escovar os dentes, ao menos duas vezes ao dia, contribui para ter mais chance de desenvolver doenças cardíacas. No estudo – feito com 11 mil pacientes – foi possível observar que aqueles que não mantinham uma escovação mínima de duas vezes ao dia apresentaram 70% mais chances de sofrer um infarto do miocárdio, por exemplo. Além dos cuidados com a higiene e a saúde bucal, foram observados também hábitos de vida como o tabagismo, prática de atividade física, entre outros.
Do grupo pesquisado, somente seis pessoas em cada dez visitavam o dentista a cada seis meses. Em um período de oito anos, os menos cuidadosos com a higiene bucal tiveram maiores problemas cardiovasculares.
De acordo com a cirurgiã dentista Safira Andrade, quem não cuida da sua saúde bucal também não deve estar atenta à sua saúde geral. “Todos devem estar conscientes de que a cavidade oral é um meio extremamente contaminado, com inúmeras bactérias que convivem harmoniosamente, desde que haja, da nossa parte, uma vigilância constante com a higiene oral”, esclarece a dentista, ressaltando que, quando isso não acontece, problemas infecciosos surgem, como como cáries, gengivite e periodontite. 
“Essas infecções causadas pela presença e crescimento de bactérias podem migrar, via corrente sanguínea, para outras partes do corpo, comprometendo a saúde sistêmica do indivíduo”, explica. 
Coração. 
A cirurgiã chama atenção ainda que as doenças cardiovasculares possuem causas diversas e complexas e que fatores de risco como a hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, histórico familiar não podem ser esquecidos.
 “Dados epidemiológicos, experimentais e clínicos sugerem que infecções, incluindo as associadas às doenças periodontais, podem constituir um fator de risco para doenças cardiovasculares. A endocardite bacteriana, por exemplo, (ou infecção bacteriana das válvulas cardíacas) é um problema cardiológico, decorrente de processos infecciosos que, muitas vezes, têm origem na cavidade oral”, pontua Safira.
Ela chama atenção  para alguns estudos que também têm procurado demonstrar que indivíduos com doença periodontal ou periapical podem apresentar um aumento significativo do risco para desenvolver algumas doenças sistêmicas, incluindo a aterosclerose.
Segundo o cardiologista André Durães, os estudos que tentam encontrar relação entre a saúde bucal e problemas sistêmicos não são novos e geram diversas controvérsias. Para o médico, mesmo que os resultados precisem considerar outras variáveis como o estilo de vida da população estudada, é importante considerar que a saúde diz respeito a uma totalidade. “Durante muito tempo, as doenças bucais foram relegadas, mas, nas últimas décadas, começaram a surgir associações entre a saúde da boca e o bem-estar geral”, completa o médico.
Durães chama atenção para o fato de que, embora nenhuma aspecto relacionado à saúde deva ser descuidado, é importante salientar que as enfermidades coronarianas não aparecem por um fato apenas. “Mesmo nas endocardites bacterianas, além dos problemas bucais, é preciso que existam fatores predisponentes para que a patologia se instale”, diz.
Gengivas. 
A doença periodontal é um estado inflamatório nos tecidos que dão sustentação aos dentes e sua severidade está relacionada aos tipos de bactérias e como o organismo reage a elas. Segundo Safira Andrade, o conhecimento científico atual indica que a doença periodontal pode agravar doenças cardiovasculares, diabetes e induzir partos prematuros, além de ser possível causa de endocardite bacteriana, pneumonias e abcessos cerebrais.
Safira Andrade lembra que pacientes cardiopatas devem receber atenção especial quando o assunto é saúde 
bucal, preferencialmente de uma equipe multidisciplinar.  “Nesses casos específicos, o trabalho sempre deve ser em conjunto entre médico e cirurgião-dentista, com foco na prevenção. As pessoas mais propensas geneticamente ou que possuam algum fator de risco por hábitos devem apostar na prevenção odontológica”, salienta.
A cirurgiã lembra ainda que pacientes com doença periodontal devem receber maior atenção no tratamento e controle dessa enfermidade, através de profilaxia e limpeza realizada por um dentista. “Para pacientes de risco, é importante consultar um dentista ao menos duas vezes ao ano”, conclui.
Esclerose lateral: revista e associação fazem parceria para informar sobre doença
A coluna Anotações do  Bem, da revista virtual Eu Não Anoto Nada (www.eunaoanotonada.com.br), ganhou um novo olhar, com uma parceria estabelecida pelo site com a Associação Pró-Cura da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). O intuito da ação é disseminar conhecimento e informação sobre a doença, que é responsável por quase duas mortes por cem mil habitantes por ano.
A ELA é uma doença neurodegenerativa progressiva e fatal, caracterizada pela degeneração dos neurônios motores, que são as células do sistema nervoso central que controlam os movimentos voluntários dos músculos, e com a sensibilidade preservada. Hoje, quase 5 mil pessoas são diagnosticadas com ELA anualmente no Brasil. Para mais informações sobre a doença, acesse o site: www.procuradaela.org.br.
Maconha medicinal: simpósio abordará uso terapêutico da Cannabis no tratamento clínico.
O Cebrid – Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas realizará, de 15 a 17 de maio, no auditório da Cinemateca Brasileira (Vila Mariana/SP), o IV Simpósio Internacional sobre a Maconha Medicinal. Com o objetivo de promover o debate acerca do uso de derivados de Cannabis para o tratamento de doenças e seus sintomas, o evento está estruturado em três eixos: 
a) Depoimentos de pacientes brasileiros que sofrem de moléstias diversas e que estão sendo tratados  por substâncias canabinoides. 
b) Médicos do Brasil, Canadá, Estados Unidos e Reino Unido discorrerão sobre como eventualidades clínicas são tratadas nos seus países.

c) Mesa-redonda com diretores de agências do governo federal como Anvisa, Capes e Senad, além de cientistas e legisladores.

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