terça-feira, 29 de abril de 2014

TRINTA ANOS DE UMA CONQUISTA...

                            
Há exatos trinta anos a Seleção de Jequié conquistava de forma brilhante o Campeonato Intermunicipal de Seleções Amadoras do estado da Bahia, a maior competição de futebol  envolvendo cidades n o mundo, o evento promovido pela Federação Baiana de Futebol que tinha como presidentes Marcio Mattos de Oliveira e que muito bem conduziu os destinos da entidade máxima do futebol baiano.

O Campeonato teve inicio em 83 e sua final aconteceu no dia 29 de abril de 1984, na partida envolvendo as seleções de Feira de Santana x Jequié, naquela oportunidade a decisão aconteceu no Estádio Pedro Caetano na vizinha cidade de Ipiau, já que a seleção de Jequié disputou toda competição fora da cidade por conta da reforma que passava o Estádio Waldomiro Borges passava por reformas, as fases inicias o selecionado Jequiéense jogou no Estádio Municipal de Itiruçú, mas como a final teria que acontecer em um estádio com dimensões maiores foi escolhida então a cidade de Ipiau para sediar aquele que seria um dos mais importantes jogos na vida do futebol  amador jequiéense (vale salientar que Jequié já havia conquistado o Intermunicipal de 1969).

A seleção comandada tecnicamente por Roque Suzart, vinha de uma campanha que deixava muitos sem acreditar que estava acontecendo aquilo e que uma equipe totalmente desconhecida e disputando os jogos fora de seus domínios estivesse conseguindo desbancar seleções mais bem montadas e estruturadas como Cachoeira. Maragogipe, Ilhéus, Itabuna entre outras cidades que tentavam o titulo daquele ano.

Até chegar á final a Seleção de Jequié só havia perdido dois jogos e chegou a última fase jogando por dois resultados iguais e com direito de fazer a final no Estádio que escolhesse, o primeiro jogo aconteceu em Feira de Santana no Estádio Jóia da Princesa (hoje Alerto Oliveira) que passava por reformas, naquele 22 de abril (dia do primeiro jogo) choveu muito em Feira, o campo pesado e uma arbitragem que foi a campo com a intenção de tentar tirar o titulo da equipe da terra do sol, fez com que os garotos perdessem por dois a um.

A partida de volta que poderia acontecer em qualquer local foi mesmo para Ipiaú e lá também naquele domingo (29 de abril), muita chuva e apreensão por parte da torcida local de um novo resultado negativo e o titulo ir mesmo para a Princesa do Sertão, só que o time estava fechado e unido e só DEUS para fazer que Feira saísse de Ipiau comemorando a conquista.

Roque Suzart que no início havia sido contestado quando foi anunciado como técnico da seleção (inclusive pelo titular deste espaço e foi ganhando a minha confiança ao longo da competição) reuniu o grupo e deixou claro que não chegaram ali por acaso e que Feira não tinha um time melhor que o da cidade sol.

O jogo transcorria normalmente e o zero a zero teimoso ia dando o titulo a feira, os profissionais de imprensa da referida cidade já mandavam preparar o trio para entrada da cidade por que o titulo estava sendo carimbado com aquele resultado, só que os feirenses não esperavam e nem contavam com um escanteio (corner) aos quarenta e seis minutos de jogo, Pelezinho o capitão do time foi para cobrança e jogo no meio da área no abafa, eis que como um raio apareceu Pedro Macaco (um dos melhores jogadores da seleção) e de cabeça mandou para o fundo da rede do goleiro feirense decretando ali o resultado do jogo, a vitória e conseqüentemente a conquista do titulo, coube aos profissionais de imprensa e torcedores de feira ficarem calados olhando a festa do esquadrão jequiéense de sua torcida e da cidade de Ipiau que adotou naquele dia a Seleção de Jequié como a sua.
Durante a campanha não só a falta de estádio par
a os jogos em casa e sim uma estrutura melhor para que todos pudessem contar com mais tranqüilidade para trabalhar, o presidente da Liga Desportiva Jequié (LDJ), o grande Roberto Cosme, contava em sua diretoria com homens que pensavam em um dia ver de volta o futebol amador e profissional da cidade brilhando e foram a luta, posso aqui citar alguns deles: Getúlio da Luz Ferreira (Gê), Renato Galvão (Cuscuz), José Simões de Carvalho Junior, Argileu Piropo, Nildo Pelergrini, Iziodirio Manoel do Carmo (falecidos). Na torcida posso aqui citar também alguns que representam tantos outros que ia em todos os jogos em cima de carrocerias de caminhões de carona ou em carros fretados.

O senhor Rosalvo Conceição (mais conhecido como Rosalvo da cerjel) sempre dava carona a três ou quatro torcedores para verem os jogos, Paulo Lelis da Silva (Paulo baleia) (os dois já falecidos), Cambuí, Niva Capoteiro, Nozinho, Xiricão (este chegou a ser convocado, mas por causa do trabalho se afastou da equipe ainda no inicio dos trabalhos), (estes: Nozinho e Xiricão quase morrem na volta de Ipiau já que o veiculo que viajavam colidiu com um caminhão de tijolos e nem viram a festa por que foram levados em estado  grave para o Hospital). Cito aqui apenas estes em nome de todos aqueles que viveram e acompanharam a seleção naquela caminhada até o titulo.

Na comissão téncica Roque Suzart, contava com seus amigos e parceiros Carlos Alberto Borges Oliveira (Tucha), João Silva (Caburé), Vaderly Andrade (Vandé já falecido), Walter Gomes de Santana (foca), Dr. Gilson Fonseca, etc.

Durante o Intermunicipal a diretoria da LDJ contou com apoio total do comércio e da industria local e da cidade de Itiruçu além da prefeitura e torcida daquela cidade que receberam os jequiéense de braços abertos. A prefeitura de Jequié através do prefeito Landulfo Caribé e seu vice José Simões carvalho (que também por um período assumiu  a condição de prefeito) ajudaram no que puderam a Liga.
Os artistas que durante quase cinco meses lutaram com unhas e dentes pela conquista do titulo foram: Bonitinho, Zandonei, Pedro Macaco, César Macaco, Cobrinha, Alagoano, Tim Maia, Pelezinho, Bia, Bino, Boy (que depois ao se tornar profissional passou a ser chamado de Baiano), Valdir, Beleza, Walter, Fio, Edisio, Niltinho Careca, Mascarenhas entre outros que deixaram a seleção ou foram dispensados durante a competição.

A única nota que até me deixa triste quando da conquista do titulo foi uma promessa feita pelo prefeito da cidade no salão da prefeitura na presença do grupo de diretores, jogadores comissão técnica e  imprensa   até hoje não foi cumprida, o então mandatário do município prometeu um terreno a cada jogador e até hoje a prometido não aconteceu uma vez que o prefeito da época e seu vice já faleceram e os que vieram nunca procuraram saldar esta divida para com aquele grupo de jovens que honraram e levaram o nome da cidade nos locais mais distantes possíveis.

Fica aqui deste espaço a homenagem pelos trinta anos da conquista do Intermunicipal 83/84, que cada diretor, torcedor, membros da comissão técnica e jogadores daquela época sintam-se abraçados pelo titular deste espaço. Afinal de contas são trinta anos e não trita dias.
                                      

OBS.: AS FOTOS AQUI POSTADAS SÃO DO ARQUIVO PESSOAL DO BOLG.

Nenhum comentário:

Postar um comentário