sexta-feira, 25 de julho de 2014

ANTECEDENTE MATERNO DE CÓLICA MENSTRUAL AUMENTA O RISCO EM ATÉ 20 VEZES...

FONTE: *** Alexandre Faisal (dralexandrefaisal.blogosfera.uol.com.br).   

Cólicas menstruais atrapalham a vida de muitas mulheres. Uma revisão sistemática estima a frequência e os fatores de risco para o problema.

             

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         Dismenorréia é uma queixa menstrual comum que acarreta um grande impacto na qualidade de vida e produtividade no trabalho de muitas mulheres. Isso sem contar a necessidade de utilização de cuidados de saúde. A dimensão real do problema, no entanto, é incerta já que os critérios para diagnóstico variam muito entre os estudos. Uma ampla revisão de estudos com grandes amostras de base comunitária foi realizada para determinar com precisão a prevalência e os fatores de risco da dismenorréia.
          
           Foram incluídos 15 estudos publicados de boa qualidade metodológica, entre 2002 e 2011. Um dos resultados mais importantes mostra que a prevalência da dismenorréia varia entre 16% e 91%, em mulheres em idade reprodutiva, sendo que entre 2% e 29 % das mulheres referem dor intensa. Quanto aos fatores associados ao problema eles observaram que alguns são protetores, ou seja, diminuem o risco da dismenorréia, tais como ser mais velha, ter tido filhos e uso de contraceptivos orais. Por outro lado, existem fatores que aumentam o risco da mulher sofrer de cólicas menstruais, como por exemplo, estresse e tensão emocional, além de história familiar. Para o estresse trata-se,no entanto,de um aumento de risco moderado, na ordem de de 1 a 4 vezes. Mas ter mãe com história de dismenrorréia aumenta o risco em até 20 vezes. Mas nem tudo é claro e escuro e as evidências são inconclusivas para fatores​. É o caso do tabagismo, da dieta inadequada, da obesidade, depressão e de histórico de abuso sexual.
        
         O fato é que a dismenorréia é um sintoma importante que atrapalha a vida de muitas mulheres em idade reprodutiva. A boa notícia é que existem muitas estratégias para aliviar e mesmo acabar com este sofrimento. Estratégias que incluem analgésicos, antinflamatórios e anticoncepcionais e até terapias alternativas como relaxamento, yoga e práticas esportivas. Porque como diz o ditado popular que bem se aplica à dor das cólicas menstruais: “ninguém merece''. (Ju, Jones, Mishra. The Prevalence and Risk Factors of Dysmenorrhea. Epidemiol Rev 2014;36:104–113)

Sobre o autor

Alexandre Faisal é ginecologista-obstetra, pós-doutor pela USP e pesquisador científico do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. Formado em Psicossomática, pelo Instituto Sedes Sapientiae, publicou o livro "Ginecologia Psicossomática" e é co-autor do livro "Segredos de Mulher: diálogos entre um ginecologista e um psicanalista”. Atualmente é colunista da Rádio USP (FM 93.7) e da Rádio Bandeirantes (FM 90.9). Já realizou diversas palestras médicas no país e no exterior. Apresenta palestras culturais e sobre saúde em empresas e eventos

Sobre o blog


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