quarta-feira, 26 de agosto de 2015

TÉCNICA DE EXERCÍCIOS BUCAIS AJUDA A DIMINUIR VOLUME E NÚMERO DE RONCOS...

FONTE: Amanda Garcia, iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.


Equipe do Instituto do Coração de São Paulo realiza teste com técnicas de fonoaudiologia; experimento foi pioneiro em demonstrar eficácia na diminuição do ronco.

Nem sempre o ronco incomoda quem ronca, mas, geralmente, quem está por perto acaba se sentindo prejudicado. Quantas pessoas não reclamam do parceiro ou de outros companheiros de quarto que emitem os barulhos estrondosos e atrapalham o sono alheio?
Mas mesmo que não incomode, o hábito não pode ser considerado comum e o mais indicado é que o roncador busque ajuda de um profissional para entender o que aquilo significa.
O ronco acontece quando a musculatura que envolve a região do pescoço – como a língua e os músculos da faringe – está relaxada e, por isso, há uma tendência de colapso, que faz a área vibrar quando o ar passa por ali. A presença de outros fatores como obesidade e idade avançada, por exemplo, também aumenta a chance do problema aparecer.
A boa notícia é que um experimento pioneiro confirmou a eficácia de uma série de exercícios na região da boca para a redução do ronco.
A técnica foi criada no Laboratório do Sono do Instituto do Coração de São Paulo, o Incor, com orientação do pneumologista Geraldo Lorenzi Filho. Foram realizados testes com um grupo de 39 adultos, entre 20 e 65 anos, sendo homens e mulheres, todos com queixa de ronco.
“Existe uma especialidade na fonoaudiologia chamada motricidade orofacial que trata, há mais de 30 anos, a musculatura da boca. Mas até então não havia nenhum teste que comprovasse a eficácia para o ronco”, esclarece a fonoaudióloga e autora do estudo Vanessa Ieto.
As técnicas usadas na motricidade já mostravam efeitos positivos em pacientes com apneia do sono – doença em que a pessoa para por instantes e depois volta a respirar enquanto dorme – e, por isso, os especialistas do estudo decidiram testar com o sintoma mais comum da doença, o ronco, para ver quais seriam os resultados.
Antes de começar a fazer os exercícios, a pessoa deve consultar um especialista para entender qual a origem do ronco e, se o quadro se encaixar ao do teste, ela será encaminhada para um fonoaudiólogo para realizar as séries de fortalecimento da musculatura bucal.
Todos que participaram do teste passaram três meses retornando uma vez por semana ao consultório de Vanessa e a cada retorno ela aumentou a quantidade de exercícios.
“Nenhum paciente parou completamente de roncar, mas todos conseguiram reduzir em média 60%. Além de diminuir o volume, caíram também o número de roncos”, alega. 

A fonoaudióloga defende que sejam feitos mais investimentos para que o estudo também seja testado e avaliado em outros tipos de pacientes, como em idosos, e assim responder mais perguntas e avançar cientificamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário