FONTE: Agência Brasil, TRIBUNA
DA BAHIA.
Maior parte das mulheres mastectomizadas dependem
do serviço público de saúde para realizar a reconstrução mamária.
Cerca
de 840 mulheres que passaram por mastectomia – remoção de uma ou ambas as mamas
– serão atendidas gratuitamente por cirurgiões plásticos para o procedimento de
reconstrução mamária.
O 2º
Mutirão Nacional de Reconstrução Mamária, coordenado pela Sociedade Brasileira
de Cirurgia Plástica (SBPC), acontece de 24 a 29 de outubro e deve contar com a
participação de mais de 800 profissionais da área.
As
pacientes que vão participar do mutirão já foram selecionadas e realizaram
previamente todos os exames necessários para a cirurgia.
A
previsão é que pelo menos 842 procedimentos sejam realizados em 98 hospitais do
país. Ao todo, 18 unidades da federação que contam com uma regional da entidade
participam da ação.
São
eles: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Pará, Paraíba, Pernambuco, Sergipe,
Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São
Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, além do Distrito Federal.
Autoestima.
Em
entrevista à Agência Brasil, o presidente da SBPC, Luciano Chaves,
destacou que a reconstrução da mama é parte integrante da proposta de
tratamento para o câncer de mama implementada atualmente no Brasil, que envolve
o diagnóstico, a cirurgia para retirada de parte da mama ou de toda a mama, a
quimioterapia e a radioterapia e, por fim, a plástica reconstrutora.
“A
reconstrução mamária é um direito garantido em lei”, reforçou.
“O
mutirão devolve a essas pacientes a autoestima. Estudos mostram que as mulheres
reconstruídas têm menor chance de reincidir no câncer porque essas doenças
estão relacionadas à produção de endorfina e ao equilíbrio emocional. Mulheres
mastectomizadas são mais deprimidas, mutiladas, tristes. Mulheres reconstruídas
retomam seu relacionamento afetivo, encontram um ponto de equilíbrio
psicoafetivo e uma melhora do humor e do estado depressivo”, concluiu.
Filas.
Chaves
ressalta que o Brasil registra cerca de 50 mil casos de câncer de mama
anualmente. Desses, em torno de 12 mil pacientes morrem após o diagnóstico. Dos
outros 38 mil, cerca de 5 mil conseguem fazer a reconstrução mamária pelo
convênio ou plano de saúde, enquanto mais de 30 mil mulheres dependem da rede
pública para o procedimento.
“Todos
os anos, acumulamos aproximadamente entre 25 mil e 27 mil mulheres que ficam
sem realizar a reconstrução mamária. O tempo médio de espera de uma mulher
brasileira que permanece mastectomizada na rede pública gira em torno de dez
anos. Na França, por exemplo, de cada 100 mulheres submetidas a mastectomia, 82
fazem a reconstrução no primeiro ano após o procedimento”, contou.
Segundo
Chaves, em 2012, quando foi realizado o 1º Mutirão Nacional de Reconstrução
Mamária, 555 pacientes foram operadas no prazo de uma semana, enquanto a rede
pública realizou 1.120 cirurgias em um ano. “É um mutirão de logística muito
grande. Este ano, um grande facilitador foi a doação de 500 próteses mamárias
por parte de uma empresa fabricante. No primeiro ano, dependíamos que as
próteses fossem adquiridas pelas secretarias de saúde de cada estado”.
Outubro Rosa.
De
acordo com o Instituto Nacional do Câncer, o tumor na mama é o segundo tipo
mais comum de câncer registrado entre mulheres no Brasil e no mundo – atrás
apenas do câncer de pele não melanoma.
A
doença responde por cerca de 25% dos novos casos de câncer registrados todos os
anos.
Considerado
relativamente raro antes dos 35 anos, o câncer de mama aumenta sua incidência
progressivamente a partir dessa faixa etária – sobretudo após os 50 anos.
Apesar
dos vários tipos de câncer de mama e da variação na evolução, a maioria dos
casos, segundo o órgão, tem bom prognóstico desde que precocemente
diagnosticado e tratado.
A
estimativa é que cerca de 57.960 novos casos de câncer de mama sejam
registrados no Brasil este ano.
Em
2013, 14.388 pessoas morreram no país em razão da doença, sencasos).do 14.206
mulheres e 181 homens (o tumor também acomete homens, mas de forma mais rara,
representando apenas 1% do total de
Em
2016, a campanha Outubro Rosa tem como tema "Câncer de mama: vamos falar
sobre isso?". O objetivo é fortalecer as recomendações para rastreamento e
diagnóstico precoce e desmistificar conceitos relacionados à doença.
A data
é celebrada anualmente no intuito de compartilhar informações, promover a
conscientização e proporcionar maior acesso a serviços de diagnóstico e
tratamento, além de contribuir para a redução da mortalidade.
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