FONTE:
Da Redação, TRIBUNA DA BAHIA.
Campanha em mídias sociais alerta
sobre a prevenção da doença.
O Ministério da Saúde contará com o apoio das
sociedades médica e civil para combater a sífilis no Brasil. Na quinta-feira
(20/10), durante a Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite
(CIT), foi assinada, com 19 associações e conselhos de saúde, uma carta
compromisso estabelecendo ações estratégicas para redução da sífilis congênita
no país com prazo previsto de um ano.
O foco
é detectar precocemente a doença no início do pré-natal e encaminhar imediato
tratamento com penicilina. Na ocasião, também foi apresentada uma campanha
publicitária chamando atenção para ações de prevenção da sífilis e o Boletim
Epidemiológico com números de casos no país.
Confira aqui a apresentação feita durante a CIT e a campanha publicitária que alerta sobre a importância de iniciar o pré-natal
precocemente.
Coordenada
pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, as
ações terão prazo previsto de realização de um ano.
O prazo
corresponde ao intervalo entre o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis
Congênita, celebrado no terceiro sábado de outubro (15/10/16) e a data do
próximo ano.
Estão
previstos o incentivo à realização do pré-natal precoce, ainda no primeiro
trimestre da gestação; ampliação do diagnóstico (por meio de teste rápido);
tratamento oportuno para a gestante e seu parceiro; incentivo à administração
de penicilina benzatina, considerada o único medicamento seguro e eficaz na
prevenção da sífilis congênita.
Também
haverá ações de educação permanente para qualificação de gestores e
profissionais de saúde.
“Nosso
objetivo é reunir a sociedade no esforço de combate à sífilis. Assim poderemos
incentivar a testarem principalmente as grávidas para evitar a transmissão
vertical da doença. Trazemos soluções factíveis no compromisso que assinamos
hoje”, enfatizou o ministro da saúde, Ricardo Barros.
A
detecção da sífilis é feita por meio de testes rápidos disponíveis no Sistema
Único de Saúde (SUS). Por isso, o Ministério da Saúde aumentou em mais de
quatro vezes a quantidade de testes distribuídos a estados e municípios,
passando de 1,1 milhão em 2001 para 6,1 milhões de testes em 2015.
Para as
gestantes, a indicação da realização dos testes rápidos é feita já na primeira
consulta do pré-natal, daí a importância da conscientização de mães e seus
parceiros, para iniciar o pré-natal ainda no primeiro trimestre da gravidez.
“Um
grande desafio é o início precoce, já que culturalmente as mulheres tendem a
procurar o médico apenas quando a barriga aparece, o que diminui as chances de
cura da sífilis para a mãe e facilita a transmissão da doença para o bebê”,
explica a diretora do Departamento de HIV, aids e hepatites virais do
Ministério da Saúde, Adele Benzaken.
Outra
ação do Ministério para orientar e subsidiar os profissionais de saúde na
realização da testagem pelos profissionais de saúde na atenção básica é
o Manual Técnico para o Diagnóstico da Sífilis, lançado durante o evento.
O
Manual apresenta fluxogramas para o diagnóstico seguro da infecção e
profissionais e serviços de saúde que poderão selecionar aquele que mais se
adequa à sua realidade local.
Para
ampliar o acesso aos testes rápidos, o Ministério da Saúde articulou com o
Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), a edição de um parecer normativo que
atualizou possibilitou a aplicação dos testes rápidos também por técnicos e
auxiliares, sob supervisão de enfermeiro.
Boletim Epidemiológico.
Todos
os tipos de sífilis – adulto, em gestantes e congênitas (em bebês) são de
notificação obrigatória no país há, pelo menos, cinco anos. Segundo dados do
Boletim Epidemiológico de 2016, entre os anos de 2014 e 2015, a sífilis
adquirida teve um aumento de 32,7%, a sífilis em gestantes 20,9% e congênita,
de 19%.
Em
2015, o número total de casos notificados de sífilis adquirida no Brasil foi de
65.878. No mesmo período, a taxa de detecção foi de 42,7 casos por 100 mil hab
e a maioria são em homens, 136.835 (60,1%).
No
período de 2010 a junho de 2016, foi registrado um total de 227.663 casos de
sífilis adquirida.
Em
gestantes, no ano de 2015, a taxa de detecção da sífilis foi de 11,2 casos de
sífilis em gestantes a cada 1.000 nascidos vivos, considerando o total de
33.365 casos da doença.
Já de
janeiro de 2005 a junho de 2016, foram notificados 169.546 casos. Com relação à
sífilis congênita, em bebês, em 2015, foi notificado 19.228 casos da doença,
uma taxa de incidência de 6,5 por 1.000 nascidos vivos.
De 1998
a junho de 2016, foram notificados 142.961 casos em menores de um ano. O
incremento entre os anos de 2013 e 2014 foi de 26,77% e entre os anos de 2014 e
2015 foi de 20,91% no número absoluto de casos novos diagnosticados.
Acesso ao Medicamento.
Além do
incentivo ao pré-natal precoce, o plano de ação reforça a necessidade do
tratamento oportuno e adequado tanto da gestante como de suas parcerias
sexuais.
Para
isso, o Ministério da Saúde tem promovido sensibilização de profissionais na
administração de penicilina benzatina, medicamento seguro e eficaz com combate
à sífilis e reconhecido na Assembleia Mundial da Saúde como essencial para
controle da transmissão vertical de sífilis.
Desde
2014, países de todo o mundo enfrentam o desabastecimento de penicilina
benzatina, devido à falta de matéria-prima para a sua produção.
Neste
ano, o Governo Brasileiro, em caráter emergencial, adquiriu 2,7 milhões de
frascos de penicilina benzatina, com prioridade na prescrição para grávidas e
seus parceiros. Além disso, o ministério já iniciou a compra de 230 mil ampolas
de penicilina cristalina.
Segundo
o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica
(PMAQ-AB) indicam que em 2013/2014, 55% das Unidades da Federação (UF) aplicam
penicilina benzatina na Atenção Básica (AB).
Para
assegurar esse tratamento às grávidas, o Ministério da Saúde publicou a
Resolução nº 3161/2011, orientando os profissionais sobre a administração de
penicilina nas unidades de saúde e permitindo, inclusive, que essa
administração seja feita pela equipe de enfermagem.
Campanha.
Neste
ano, a campanha de combate à sífilis terá como foco as gestantes jovens e seus
parceiros sensibilizando-os para a realização do teste de sífilis no início da
gestação e, também incentivando o parceiro a fazer o teste, evitando a
reinfeção.
A campanha inclui peças gráficas (cartaz e folheto); filme
publicitário e um minidocumentário – Gestação Segura, Criança Saudável –
a serem veiculados nas redes sociais até 30 de outubro.
No
lançamento da campanha, será publicada também a portaria que aprova
o Manual Técnico para o Diagnóstico da Sífilis – que orienta e
subsidia os profissionais de saúde na realização da testagem.
O Manual apresenta três fluxogramas para
o diagnóstico seguro da infecção; profissionais e serviços de saúde poderão
selecionar aquele que mais se adequa à sua realidade local.
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