FONTE:
*** Jairo Bouer
(doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
Algumas revistas de
comportamento masculinas são famosas por divulgar piadas sexistas. Segundo
pesquisadores britânicos, esse tipo de conteúdo só ajuda a “normalizar” e, no
final das contas, perpetuar a discriminação contra a mulher.
Psicólogos das
universidades de Surrey, Clark, Ghent e Middlesex London se uniram e publicaram
três estudos sobre o tema, publicados na revista Psychology of Men and
Masculinities.
Os resultados
contrariam o argumento frequente dos responsáveis pelas publicações, de que
esse tipo de humor seria inofensivo porque os leitores saberiam captar a ironia
das piadas.
No primeiro trabalho,
81 homens de 18 a 50 anos foram expostos a piadas sexistas proveniente de
revistas masculinas e também de outros contextos. Os mais jovens, especialmente
os menos machistas, acharam que o conteúdo encontrado nas revistas era menos
hostil, mas também menos irônico ou engraçado.
No segundo estudo,
envolvendo 423 homens britânicos de 18 a 30 anos, os pesquisadores buscaram uma
correlação entre sexismo e o consumo de revistas masculinas. Eles descobriram
que os participantes com tendência maior a discriminar mulheres eram mais
propensos a comprar essas publicações. No entanto, esses consumidores não
tiveram tendência maior a frequentar clubes de striptease ou casas de
prostituição.
No experimento final,
274 alunos de faculdades norte-americanas foram convidados a ler uma série de
declarações e adivinhar se elas vinham de revistas masculinas ou de
estupradores condenados à prisão. Apenas metade das frases foram identificadas
corretamente. Depois de saber o resultado, os jovens mudaram sua visão sobre as
revistas.
Em 2012, vários
estudos apresentaram resultados semelhantes a desse último experimento, tanto
que o governo decidiu que essas revistas fossem vendidas em embalagens escuras
nos supermercados do Reino Unido. Para os autores, a nova tríade deve
representar o golpe final para as publicações com teor machista. Para quem
acredita que censurar piadas é exagero, fica o toque: o mundo está mudando.
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