sexta-feira, 21 de outubro de 2016

VACINA COM NANOPARTÍCULAS MOSTRA EFICÁCIA CONTRA A DENGUE...

FONTE: Fábio de Castro, CORREIO DA BAHIA.
Segundo Metz, os cientistas têm enfrentado grande dificuldade para desenvolver uma vacina eficaz contra a dengue.
Um grupo de cientistas dos Estados Unidos conseguiu vacinar camundongos contra um dos sorotipos da dengue utilizando uma mistura de proteínas do vírus com um novo tipo de nanopartículas. As nanopartículas feitas de polímeros potencializaram a resposta do sistema imunológico dos animais contra a infecção pelo vírus da dengue, de acordo com os autores da pesquisa, publicada nesta quinta-feira, 20, na revista científica PLOS Neglected Tropical Diseases.
De acordo com o grupo de cientistas, que foi liderado por Stefan Metz, da Universidade da Carolina do Norte (Estados Unidos), a imunização dos camundongos foi eficaz e o método poderá ser adaptado para produzir uma vacina também contra os outros três sorotipos da dengue. “Embora nossos resultados se apliquem apenas ao sorotipo 2 da dengue, eles formam a base para uma candidata a vacina contra a dengue eficaz e segura. Além disso, essa abordagem pode ser utilizada para desenvolver candidatas a vacinas contra outros flavivírus, como o vírus da zika”, declarou Metz.
Segundo Metz, os cientistas têm enfrentado grande dificuldade para desenvolver uma vacina eficaz contra a dengue, principalmente porque a doença é causada por quatro diferentes sorotipos, ou linhagens. Uma vacina eficaz teria que imunizar contra todos os quatro. No entanto, as tentativas de utilizar o vírus vivo para produzir vacinas frequentemente acabam oferecendo proteção desigual às várias linhagens. Uma recente candidata a vacina, por exemplo, se mostrou ineficaz contra o sorotipo 2.
O problema dessa vacinação “parcial” é que, uma vez infectado por um dos sorotipos, o paciente pode desenvolver uma forma grave da doença, caso seja infectado novamente por um sorotipo diferente. Resposta forte Para criar a nova vacina, o grupo liderado por Metz utilizou projetou nanopartículas de diversos formatos e tamanhos, que variavam de 55x70 nanômetros a 200x200 nanômetros.
As partículas são extremamente pequenas: um fio de cabelo tem, em média 80 mil nanômetros de espessura. Os diversos modelos de nanopartículas foram misturados a cópias de uma proteína-chave do sorotipo 2 do vírus da dengue. Essas proteínas são reconhecidas pelo organismo do paciente como se fossem o vírus, desencadeando a resposta imune. Mas, sozinhas, elas produzem uma resposta fraca demais para garantir proteção.

Os cientistas então injetaram cinco formulações diferentes da mistura de proteínas virais e de nanopartículas em 31 camundongos. No curso da imunização, os cientistas extraíram sangue dos animais para acompanhar a resposta do sistema imunológico. Depois da imunização, os camundongos tiveram uma resposta imune específica contra o sorotipo 2 da dengue, mas não contra os outros três sorotipos. Os animais que receberam as formulações com nanopartículas tiveram uma resposta imune bem maior, em comparação aos camundongos vacinados apenas com as proteínas do vírus. 

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