Segundo Metz,
os cientistas têm enfrentado grande dificuldade para desenvolver uma vacina
eficaz contra a dengue.
Um
grupo de cientistas dos Estados Unidos conseguiu vacinar camundongos contra um
dos sorotipos da dengue utilizando uma mistura de proteínas do vírus com um
novo tipo de nanopartículas. As nanopartículas feitas de polímeros
potencializaram a resposta do sistema imunológico dos animais contra a infecção
pelo vírus da dengue, de acordo com os autores da pesquisa, publicada nesta
quinta-feira, 20, na revista científica PLOS Neglected Tropical Diseases.
De
acordo com o grupo de cientistas, que foi liderado por Stefan Metz, da
Universidade da Carolina do Norte (Estados Unidos), a imunização dos
camundongos foi eficaz e o método poderá ser adaptado para produzir uma vacina
também contra os outros três sorotipos da dengue. “Embora nossos resultados se
apliquem apenas ao sorotipo 2 da dengue, eles formam a base para uma candidata
a vacina contra a dengue eficaz e segura. Além disso, essa abordagem pode ser
utilizada para desenvolver candidatas a vacinas contra outros flavivírus, como
o vírus da zika”, declarou Metz.
Segundo
Metz, os cientistas têm enfrentado grande dificuldade para desenvolver uma
vacina eficaz contra a dengue, principalmente porque a doença é causada por
quatro diferentes sorotipos, ou linhagens. Uma vacina eficaz teria que imunizar
contra todos os quatro. No entanto, as tentativas de utilizar o vírus vivo para
produzir vacinas frequentemente acabam oferecendo proteção desigual às várias
linhagens. Uma recente candidata a vacina, por exemplo, se mostrou ineficaz
contra o sorotipo 2.
O
problema dessa vacinação “parcial” é que, uma vez infectado por um dos
sorotipos, o paciente pode desenvolver uma forma grave da doença, caso seja
infectado novamente por um sorotipo diferente. Resposta forte Para criar a nova
vacina, o grupo liderado por Metz utilizou projetou nanopartículas de diversos
formatos e tamanhos, que variavam de 55x70 nanômetros a 200x200 nanômetros.
As
partículas são extremamente pequenas: um fio de cabelo tem, em média 80 mil nanômetros
de espessura. Os diversos modelos de nanopartículas foram misturados a cópias
de uma proteína-chave do sorotipo 2 do vírus da dengue. Essas proteínas são
reconhecidas pelo organismo do paciente como se fossem o vírus, desencadeando a
resposta imune. Mas, sozinhas, elas produzem uma resposta fraca demais para
garantir proteção.
Os
cientistas então injetaram cinco formulações diferentes da mistura de proteínas
virais e de nanopartículas em 31 camundongos. No curso da imunização, os
cientistas extraíram sangue dos animais para acompanhar a resposta do sistema
imunológico. Depois da imunização, os camundongos tiveram uma resposta imune
específica contra o sorotipo 2 da dengue, mas não contra os outros três
sorotipos. Os animais que receberam as formulações com nanopartículas tiveram
uma resposta imune bem maior, em comparação aos camundongos vacinados apenas
com as proteínas do vírus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário