O maior estudo genético já feito sobre a calvície
masculina apurou que os casos mais prematuros surgem em homens mais baixos, com
a pele mais clara e que correm também maiores riscos de sofrer ataques
cardíacos.
Este estudo de março de 2017, publicado na
revista Nature Communications, trata de salientar como a calvície é um problema
muito comum, afetando quatro em cada cinco homens, metade dos quais apresentam
sinais dela antes dos 35 anos de idade.
Analisando o DNA de 10.846 homens carecas e de
11.672 homens com cabelo, dos registos de uma companhia norte-americana de
sequenciação genética, pesquisadores da Universidade de Bonn, na Alemanha,
identificaram 63 alterações no genoma humano, 23 das quais não se conheciam
antes, que aumentam o risco de perda de cabelo.
Assim, concluíram que os homens mais baixos, mais
pálidos e com maior densidade óssea têm maiores probabilidades de ficarem
carecas mais prematuramente, conforme reporta o The Times.
“Os riscos de doença são aumentados apenas
ligeiramente”, explica o geneticista Markus Nöthen que liderou o estudo,
citado pelo jornal britânico.
“Contudo, é interessante constatar que a
perda de cabelo não é, de forma alguma, uma característica isolada, mas que, em
vez disso, apresenta várias relações com outras características”, salienta
o pesquisador reportando-se ao fato de o estudo ter também, detectado que a
calvície pode estar ligada a maior risco de câncer, de ataques cardíacos e de
algumas doenças neuro-degenerativas como Parkinson.
Nöthen realça ainda os “laços” detectados entre a
calvície e “a cor de pele mais clara” e “o aumento da densidade óssea”,
considerando que podem “indicar que os homens com perda de cabelo são mais
capazes de usar a luz do sol para sintetizar a vitamina D“.
“Também pode explicar porque é que os homens
brancos, em particular, perdem o cabelo prematuramente”, acrescenta o
geneticista.
O estudo apurou ainda que “os homens carecas
são mais sensíveis aos efeitos da testosterona e de outros hormônios sexuais
masculinos, o que pode ajudar a explicar o porquê de tenderem a passar pela
puberdade mais cedo”, aponta ainda o The Times.
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