sexta-feira, 26 de maio de 2017

NOVAS ESPÉCIES DE PERERECAS DESCOBERTAS NA MATA ATLÂNTICA...

FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.


As espécies, até então desconhecidas, foram encontradas na Bahia por cientistas apoiados pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

A Mata Atlântica, o bioma mais ameaçado do Brasil, acaba de ganhar duas novas espécies de pererecas. Uma delas tem apenas dois centímetros com grandes tímpanos para seu gênero, batizada de Phyllodytes megatympanum. A outra, chamada de Dendropsophus nekronastes, possui a forma da cabeça mucronada (pontiaguda), o que é uma característica diferente da dos outros anfíbios do mesmo grupo. As espécies, até então desconhecidas, foram encontradas na Bahia por cientistas apoiados pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
O primeiro indivíduo, encontrado em Ilhéus (BA), foi localizado pelo som emitido entre folhas de bromélias no topo das árvores. “Suspeitávamos que as bromélias poderiam esconder uma nova espécie, pois escutamos um canto e não conseguimos associá-lo a nenhuma já conhecida”, afirma Mirco Solé, coordenador técnico do projeto Diversidade e Estrutura Genética dos Anfíbios do Corredor Central da Mata Atlântica do Sul da Bahia - desenvolvido pelo Instituto Dríades de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade. 
A espécie, que estava a seis metros do chão, tem uma coloração marrom relativamente uniforme, mantendo as características do gênero Phyllodytes, do qual fazem parte espécies como Phyllodytes luteolus, popularmente conhecidas como perereca-das-bromélias. Além do tímpano maior que o normal, a mancha amarela entre as pernas também é uma característica específica. Solé acredita que a perereca recém-descoberta deva ser classificada pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) como ameaçada, mas com ressalvas pela falta de dados, já que habita locais de difícil acesso e foi descrita há pouco tempo - o artigo de descrição da espécie foi publicado em março pela revista Zootaxa. 

Já a espécie Dendropsophus nekronastes foi encontrada em um corpo d’água próximo ao cemitério da cidade de Almadina, também localizada na Bahia. “Por causa da história peculiar, a perereca foi batizada com a nomenclatura “nekronastes”, que remete a algo que vive entre os mortos”, relata o pesquisador Iuri Ribeiro Dias, que também fez parte do projeto.

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