FONTE: *** Carol Salles, Colaboração para o UOL, (http://estilo.uol.com.br).
Você já parou para pensar, ao longo de um dia, em
quantas vezes ingeriu algum alimento porque realmente estava com fome ou por
algum outro motivo? Tédio, ansiedade, memórias afetivas e até convenções
sociais nos induzem a comer mais do que o organismo necessita em termos de
nutrientes.
Nos acostumamos a chamar esses impulsos de fome. No entanto, eles têm mais relação com estados emocionais do que com necessidades fisiológicas. Essa vontade de comer, geralmente, tem raízes em lembranças agradáveis, que foram adquiridas ao longo da vida, relacionadas à alimentação. E nem sempre ela deve ser reprimida: saciar o desejo de ingerir algo, assim como comer por prazer, mesmo sem a fome física, é ok, desde que não haja sensação de perda de controle ou sofrimento psíquico de culpa ou arrependimento desproporcionais.
Nos acostumamos a chamar esses impulsos de fome. No entanto, eles têm mais relação com estados emocionais do que com necessidades fisiológicas. Essa vontade de comer, geralmente, tem raízes em lembranças agradáveis, que foram adquiridas ao longo da vida, relacionadas à alimentação. E nem sempre ela deve ser reprimida: saciar o desejo de ingerir algo, assim como comer por prazer, mesmo sem a fome física, é ok, desde que não haja sensação de perda de controle ou sofrimento psíquico de culpa ou arrependimento desproporcionais.
O que vale aqui é o bom senso. Se você acha que
está exagerando, há maneiras simples de controlar essa vontade --se elas não
funcionarem, no entanto, pode ser o caso de procurar ajuda profissional. Pra
começar, é fundamental que a fome fisiológica esteja regulada. Mas esqueça
aquela regra de comer a cada 3 horas. Hoje, sabe-se que cada pessoa tem seu
intervalo biológico particular. Por isso, é preciso estar atento aos sinais que
o organismo dá.
Outra orientação é evitar dietas que restringem grupos alimentares específicos, pois esse hábito pode desorganizar a fisiologia do equilíbrio entre fome e saciedade. O resultado é o efeito rebote, quando há o aumento da sensação de fome pela restrição calórica e de grupos alimentares. A seguir, entenda melhor quais os tipos de fome e veja com qual --ou quais-- você mais se identifica. Os termos são uma maneira didática utilizada pela psiquiatria, endocrinologia e nutrição para expressar comportamentos relacionados à atitude alimentar.
Outra orientação é evitar dietas que restringem grupos alimentares específicos, pois esse hábito pode desorganizar a fisiologia do equilíbrio entre fome e saciedade. O resultado é o efeito rebote, quando há o aumento da sensação de fome pela restrição calórica e de grupos alimentares. A seguir, entenda melhor quais os tipos de fome e veja com qual --ou quais-- você mais se identifica. Os termos são uma maneira didática utilizada pela psiquiatria, endocrinologia e nutrição para expressar comportamentos relacionados à atitude alimentar.
1) Fome fisiológica.
É aquela que surge da necessidade de ingestão de
nutrientes para o organismo. Ou seja, é a fome “real”, que não vem acompanhada
de aspectos emocionais. E essa fome não tem o mesmo ritmo nem tamanho para todo
mundo --particularidades genéticas e ambientais fazem a diferença. Para quem
não tem nenhum transtorno alimentar ou doença metabólica, ela pode ser
identificada por um desconforto gástrico, ou seja, aquela velha sensação de
“estômago roncando” ou “vazio no estômago”. Se não for saciada, o corpo trata
de usar outros recursos para ser atendido, como uma sensação de fraqueza e
tontura, dor de cabeça, cansaço, etc.
2) Fome social.
Você acaba de almoçar e, em seguida vai a uma
festa infantil, onde se delicia com quitutes doces e salgados, mesmo sem estar
com fome fisiológica. Ou vai ao cinema depois do jantar, não resiste ao
cheirinho de pipoca no local e compra logo o maior pacote. É aquela vontade de
comer que surge em situações descontraídas de encontros entre pessoas, em que
há uma oferta irresistível de alimentos.
3) Fome emocional.
É quando o ato de comer envolve uma situação
emocional específica, boa ou ruim, em que o alimentar-se representa uma
“compensação” ou um “merecimento”. Muitas vezes, é disparada mediante situações
de ansiedade, angústia, depressão ou alegria extrema. Geralmente, os alimentos
mais procurados nesse caso são os doces ou farináceos (que se transformam em
açúcar no organismo). Ambos estimulam uma parte do cérebro ligada ao prazer. Também
pode surgir por conta de oscilações hormonais tipicamente femininas, mas, mesmo
nesse caso, também há um componente cultural. Por exemplo, quando a mulher está
grávida, diz-se que ela precisa comer por dois. Ou, na TPM, ouve-se: “Coma
um chocolatinho que passa” --e a mulher acaba repetindo aquele ato mesmo sem
real interesse.
4) Fome específica.
Sabe aquela vontade de comer um alimento
específico? Trata-se de um aspecto da fome fisiológica ou da emocional, e
geralmente envolve alimentos preferidos pela pessoa ou que há tempos não são
experimentados. Assim como a fome emocional, muitas vezes ela é disparada por
lembranças prazeirosas relacionadas à alimentação.
*** Fontes:
Victor Sorrentino, médico, nutrólogo, cirurgião plástico, palestrante e
escritor, de Porto Alegre (RS), e Alexandre Pinto de Azevedo, psiquiatra,
coordenador do Grupo de Estudos em Comer Compulsivo e Obesidade (GRECCO) do
Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
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