FONTE: Sri Prem Baba,
(http://prembaba.blogosfera.uol.com.br).
O medo é, talvez, um dos sintomas mais claros de um
desencaixe interno, de uma profunda insatisfação –sentimento que nasce, porque
você não está onde deveria estar. Há casos em que esse desencaixe pode se
tornar algo patológico, como o que acontece com a síndrome do pânico, e a
pessoa precisa de acompanhamento médico. Seja como for, o medo precisa ser visto
com atenção, seja para evitar um quadro clínico ou para desbloquear núcleos
fechados dentro de você.
O medo é um guardião de dores passadas com as quais
você não quer mais entrar em contato.
Porém, quanto mais se negam essas dores, mais danos
elas causam à sua vida sem que você se dê conta. Explico: eventos
traumáticos da infância vão se instalando como crenças em seu sistema.
Essas crenças, que eu chamo de identificação com o passado, fazem que você
tente controlar o futuro para não passar mais por situações doloridas como as
já vividas. Essa tentativa de controlar o futuro nada mais é do que o medo em
ação, a falta de confiança na própria vida.
Dessa forma, ao tentar controlar o que vem pela
frente e evitar o fluxo natural da vida, você fica preso no mesmo lugar,
reforçando para si mesmo que viver é muito perigoso e, por isso, é preciso se
defender.
Geralmente, o medo não tem a ver com a realidade,
pois ele nasce desse tempo psicológico no qual você transita do passado para o
futuro e vice-versa. É como um sonho ruim do qual só é possível acordar ao se
desidentificar do passado. Ou seja, ao olhar de frente para esse pavor,
entrando em contato com as antigas feridas e curando-as de uma vez por todas.
Curar, por sua vez, significa poder agradecer de
todo o coração os eventos difíceis pelos quais teve que passar e as pessoas
que, de alguma forma, fizeram você sofrer. Se você está disposto a se conhecer,
sugiro que comece a encarar essa situação com verdade. Procure adentrar esse
medo se colocando presente –mesmo que trema dos pés à cabeça, em um primeiro
momento.
Pergunte com convicção: “Quem é em mim que tem
tanto medo? Quem é que está tão assustado aqui dentro? Sou eu? Quem é que
acredita que a vida é uma ameaça? Quem é que tem essa crença tão sólida de que a
vida é um perigo?”.
Ao se colocar presente, talvez você perceba que
está encantado com uma história que sua mente insiste em lhe contar,
acreditando que esse eu inseguro e amedrontado é você.
Pode ser que, ainda nesse momento, você não consiga
nem mesmo visualizar a possibilidade de se colocar presente de tão tomado que
está por essas vozes internas. Se esse é seu caso, sugiro ir mais a fundo nessa
história para tentar compreender quais os eventos do seu passado com os quais
você ainda não pôde chegar a um acordo, aos quais ainda não pôde ser grato de
verdade. Lembre-se que quanto maior a negação, maior o medo.
Compreenda a profundidade desse tema. Essa não é
uma questão qualquer. Essa é umas das questões que realmente fazem sentido:
“Quem sou eu? Quem habita esse corpo? O que eu estou fazendo aqui?”.
Fazer essas perguntas de verdade significa o começo
do despertar do sonho ruim.
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