Para o
diretor da Sociedade Brasileira de Diabetes, Márcio Krakauer, o diabetes afeta
a mulher em vários aspectos, o principal deles é o gestacional.
No Dia Mundial
do Diabetes, lembrado hoje (14), a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta
que cerca de 8% das mulheres - ou 205 milhões - vivem com diabetes em todo o
mundo. O tema da campanha deste ano é “Mulheres e Diabetes: nosso direito a um
futuro saudável”, que tem como foco promover o acesso a medicamentos e
tecnologias essenciais para todas as mulheres com diabetes e com risco da
doença, além de levar informações qualificadas para que elas fortaleçam sua
capacidade de prevenir o diabetes tipo 2.
Para o diretor
da Sociedade Brasileira de Diabetes, Márcio Krakauer, o diabetes afeta a mulher
em vários aspectos, o principal deles é o gestacional. Além disso, as mulheres
passam pela menopausa, que é um momento em que a doença precisa ter um controle
diferenciado. Elas também estimulam os homens a cuidar da própria saúde.
Segundo
Krakauer, 1 em cada 7 nascimentos no mundo é afetado por diabetes na gestação.
“É uma doença muito frequente e que aumenta o risco de aborto e má formação do
bebê e morte das mães. Com o tratamento, essas complicações são completamente
evitáveis”, disse.
O diabetes
gestacional é um problema que surge durante a gravidez e que quase sempre se
normaliza sozinho depois que o bebê nasce. A mulher fica com uma quantidade
maior que o normal de açúcar no sangue, por causa dos hormônios e da
incapacidade do corpo de produzir insulina extra para atender às necessidades
do bebê.
Krakauer
explicou que já é uma prática dos ginecologistas pedir os exames de diabetes a
partir das 24ª semana. Mas ressalta que é importante que as próprias mulheres
também fiquem atentas para obter um diagnóstico precoce e evitar as
complicações.
O histórico de
diabetes gestacional também é um importante fator de risco para desenvolvimento
de tipo 2 da doença. Segundo a OMS, quase metade das mulheres que morrem em
países de baixa renda devido à glicemia alta, morrem prematuramente, antes dos
70 anos.
Prevenção
e tratamento.
No mundo, 422
milhões de adultos têm diabetes, que é responsável por 1,6 milhão de mortes a
cada ano. São dois os tipos de diabetes. O tipo 1 é uma doença autoimune,
quando pouca insulina é liberada para o corpo e a glicose fica no sangue, em
vez de ser usada como energia. Esse tipo se concentra entre 5% e 10% do total
de pessoas com a doença.
Já o tipo 2 é
quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz, ou
não produz insulina suficiente para controlar a taxa de açúcar no sangue. Esse
tipo é causado principalmente pela obesidade. Cerca de 90% das pessoas com
diabetes têm o tipo 2.
Segundo Márcio
Krakauer, cerca de 70% das pessoas podem prevenir o tipo 2 da doença. “A
prevenção é por mudança de estilo de vida, foco na perda de peso, na atividade
física e na boa alimentação para que se possa reduzir o risco”, explicou.
O especialista
alertou ainda que metade das pessoas que têm diabetes não sabe que tem. “É uma
doença totalmente silenciosa por muitos, não dá sintoma algum. Então, a pessoa
precisa fazer exames para ter certeza se tem risco ou se tem diabetes”, disse,
acrescentando que o diagnóstico precoce minimiza as complicações da doença.
“Quando a glicose está alta por muitos anos, podem aparecer alguns poucos
sintomas, como excesso de sede, aumento do apetite, perda de peso, infecções
urinárias. São sintomas mais tardios”.
O diabetes é uma
das principais causas de cegueira, insuficiência renal, ataque cardíaco,
acidente vascular cerebral e amputação de membros inferiores. Adotar uma dieta
saudável, praticar atividade física e não fumar são atitudes que podem prevenir
ou retardar a doença do tipo 2.
Segundo o
diretor da Sociedade Brasileira de Diabetes, o país tem disponível o que há de
mais moderno no mundo para o tratamento. “Mas estamos muito aquém nos
medicamentos e insumos incorporados pelo SUS [Sistema Único de Saúde], estamos
quase 20 anos atrasados”, disse, lamentando a dificuldade para a incorporação
de medicamentos na rede pública. “Nos consultórios privados, fazemos uma
medicina completamente diferente do que o SUS oferece. A incorporação é muito
mais complicada do que a presença da medicação no Brasil”.
Dia
mundial.
No Brasil, a
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e a Sociedade Brasileira
de Diabetes prepararam uma série de atividades em alusão à data, como shows e
atividades educativas em diversas cidades. A programação completa está
disponível no site www.diamundialdodiabetes.org.br.
O Dia Mundial do
Diabetes foi criado em 1991 pela Federação Internacional do Diabetes em
conjunto com a OMS, em resposta às preocupações sobre os crescentes números de
diagnóstico no mundo. A data tornou-se oficial pelas Nações Unidas a partir de
2006. O dia 14 de novembro foi escolhido por marcar o aniversário de Frederick
Banting que, junto com Charles Best, concebeu a ideia que levou à descoberta da
insulina em 1921.
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