FONTE: Do UOL, (http://estilo.uol.com.br).
Se você
não é celíaco, mas culpa o glúten pelo seu intestino irritado, melhor rever
seus conceitos.
Um estudo feito pelo gastroenterologista Peter Gibson e sua
equipe, na Universidade Monash, na Austrália, descobriu que carboidratos
simples podem ser os verdadeiros responsáveis pelos problemas intestinais.
Esses alimentos fermentam no intestino, causando inchaço e outros desconfortos.
A equipe
de Gibson relacionou sintomas gastrointestinais adversos a um tipo de
carboidrato simples chamado frutano, substância encontrada em uma variedade de
alimentos, como trigo, alho, cebola, banana e em raízes tuberosas.
Os
pesquisadores recrutaram 59 pessoas que não tinham doença celíaca, mas não
consumiam glúten. Os participantes tiveram que comer durante sete dias
barrinhas de cereais criadas especialmente para o estudo --uma continha glúten,
outra continha frutano e outra nenhum dos dois (um placebo).
Divididos
em três grupos, os participantes se alimentaram de apenas um tipo de barrinha
por sete dias seguidos e anotaram qualquer sintoma de irritação intestinal.
Depois, eles tiveram uma semana de “folga”, para permitir que os sintomas se
dissipassem, e começavam a fazer o teste com outra barrinha.
É
importante dizer que nenhum dos participantes ou pesquisadores souberam que
tipo de barrinha eles estavam comendo ou distribuindo durante a semana.
No final
do teste, os cientistas compararam os sintomas com os alimentos ingeridos e
descobriram que a barrinha de frutano gerou 15% mais inchaço e 13% mais
sintomas gastrointestinais. Não havia diferença entre os sintomas causados pela
barrinha de glúten ou de placebo.
Os
resultados sugerem que não faz sentido as pessoas seguirem uma dieta sem glúten
para diminuir os sintomas da sensibilidade à proteína. “O glúten foi
originalmente assumido como culpado devido à doença celíaca e ao fato de que as
pessoas se sentiam melhores quando paravam de comer trigo”, disse Gibson ao
site “New Scientist”. “Agora parece que essa suposição inicial estava errada.”
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