Estado é o primeiro dos
EUA a fazer a exigência; aqui no Brasil, prédios da União devem seguir norma
semelhante.
A maioria das novas residências a serem construídas a partir do dia 1º de
janeiro de 2020, na Califórnia (EUA), será obrigada a incluir sistemas solares
fotovoltaicos como parte dos padrões adotados pela Comissão de Energia local. A
exigência, inédita entre os estados americanos, foi anunciada na segunda semana
de maio. Terra do cinema, a Califórnia é famosa por exportar tendências
comportamentais para todo o mundo.
Maior mercado de energia solar dos Estados Unidos, o estado americano
pretende mostrar com essa medida que os painéis solares já deixaram de ser um
luxo reservado às casas de proprietários ricos e preocupados com tendências
ecológicas, passando a ser uma fonte de energia convencional e limpa. A
exigência também integra o esforço do governador Jerry Brown para reduzir as
emissões de carbono em 40% até 2030 e oferece um modelo para outros estados. “A
adoção desses padrões representa um enorme avanço nos padrões estaduais de
construção”, destacou à Bloomberg Bob Raymer, engenheiro sênior da Associação
da Indústria da Construção da Califórnia. “Pode apostar que os outros 49
estados estarão observando de perto o que vai acontecer”, acrescentou.
Contudo, embora a exigência venha representar um impulso para a indústria
solar, os críticos alertaram que a medida também elevará em quase US$ 10 mil o
custo de comprar uma casa. As ações do segmento solar subiram com a decisão. Em
direção oposta, as das construtoras residenciais caíram. A Sunrun, maior
instaladora de painéis solares residenciais dos EUA, chegou a avançar 6,4%,
enquanto a KB Home, que tem exposição significativa ao mercado da Califórnia,
caiu 5,3%.
Brasil.
Embora no Brasil não haja exigência parecida em nível residencial – uma
vez que o sistema custa entre R$ 12 mil e R$ 20 mil – um projeto de lei
aprovado em março deste ano estabelece que os prédios públicos em construção,
alugados ou em reforma, e de uso da União, deverão instalar sistemas de
captação de energia solar e também de armazenamento e utilização de águas
pluviais.
Trata-se do projeto de lei n°317, de 2015, proposto pelo senador Dário
Berger (PMDB-SC). Aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
do Senado (CCJ), a iniciativa tramita atualmente na Comissão de Meio Ambiente
(CMA), onde terá votação final.
Há, ainda, a portaria (nº 643/2017) do Ministério das Cidades que
prevê a instalação de energia solar nos imóveis do programa Minha Casa, Minha
Vida e que passou a vigorar em 1º de janeiro deste ano. O documento
estabelece os requisitos para admissão de propostas por meio de “Sistema
de Aquecimento Solar” e do “Sistema Solar Fotovoltaico”.
O presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar
Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, explica que o beneficiário do programa
economizará na conta de luz. “Um consumidor da Faixa 1 do programa tem consumo
na faixa de 100 Kwh [quilowatts/hora] por mês de energia elétrica. Esse
consumidor, com o sistema projetado com a energia solar, poderá gerar, em sua
própria residência, 70 Kwh por mês. Isso significa que ele está tendo uma
economia de 70% no gasto de energia elétrica que ele tem no seu dia a dia.”
A reportagem do CORREIO Sustentabilidade procurou o Ministério das
Cidades para saber quantas residências do programa já foram entregues com a
instalação de energia solar, mas não obteve resposta até o fechamento desta
matéria.
IPTU Amarelo.
Salvador passará a contar ainda neste ano com o IPTU Amarelo, iniciativa
lançada pela Prefeitura que dará 10% de desconto no Imposto sobre a Propriedade
Predial Urbana (IPTU) dos imóveis (condomínios e casas) construídos
horizontalmente. “Para os verticais, o foco é o IPTU verde”, explica secretário
municipal de Sustentabilidade e Inovação, André Fraga.
Uma das pessoas beneficiadas pela medida será o advogado Leonardo Soares,
36 anos. Morador de Alphaville, ele conta que investiu R$ 45 mil para instalar
32 placas de energia solar em casa. A energia gerada abastece a residência e
mais dois pontos comerciais. “Para a região em que moramos - Alphaville -, isso
vai valer muito a pena. Vamos conseguir reduzir quase R$ 1 mil do IPTU.”
A família de Leonardo utiliza a energia solar desde que deixou de morar
em prédio e se mudou para uma casa. Hoje, costuma pagar entre R$ 79 e R$ 100 na
conta de luz, enquanto os vizinhos costumam a desembolsar até R$ 700.
Nenhum comentário:
Postar um comentário