Uma equipe de
pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Kaunas, na Lituânia, está
desenvolvendo um método matemático que pode ajudar a diagnosticar o câncer de
mama. A ideia é que, ao aplicar a fórmula, eles consigam "ensinar" o
computador a reconhecer lesões malignas, o que permitiria pelo menos parcialmente
automatizar e aumentar a precisão do diagnóstico do câncer de mama.
Este é o tipo de câncer
mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, depois do câncer de pele não
melanoma, respondendo por cerca de 28% dos novos casos a cada ano, de acordo
com o INCA (Instituto Nacional de
Câncer José Alencar Gomes da Silva).
Para melhorar o
tratamento e prognóstico de pacientes com câncer, o diagnóstico precoce é a
chave. Tomas Lesmantas, pesquisador de pós-doutorado da Universidade de
Tecnologia de Kaunas, explicou ao EurekAlert que, muitas vezes, os
oncologistas confiam na informação visual para analisar a imagem do tecido da
mama e determinar a natureza das lesões.
No entanto, esse
processo é demorado e a probabilidade de erro existe, o que, no caso do câncer,
pode ser fatal. "Ao desenvolver métodos matemáticos para o diagnóstico de
tumores, pretendemos automatizar, pelo menos parcialmente, o procedimento de
diagnóstico e minimizar a ocorrência de erros", explicou.
Como é feito o cálculo.
Os pesquisadores
analisaram 100 imagens microscópicas de tecido mamário fornecidas pela
Universidade do Porto, em Portugal. Eram quatro tipos de imagens na amostra: de
tecido não canceroso, de tecido tumoral não maligno, de carcinomas não
invasivos e invasivos. O objetivo da investigação foi projetar um método
matemático para classificar as imagens nos quatro tipos mencionados.
"Os primeiros
resultados são muito promissores: atingimos 85% de precisão", afirmou o
pesquisador.
De acordo com o
especialista, embora os métodos de aplicação de fórmulas matemáticas na
medicina tenham se expandido nos últimos anos, e os computadores estejam sendo
ensinados a diagnosticar lesões nos pulmões, reconhecer metástases nos
linfonodos e localizar tumores cerebrais, não é muito provável que o processo
de diagnóstico de câncer seja totalmente automatizado em um futuro próximo.
"A pesquisa não é
apenas conduzida em nível teórico, existem alguns casos em que esses métodos já
foram aplicados na prática clínica. Mesmo que a digitalização não substitua o
julgamento humano, acredito que o diagnóstico computadorizado automatizado se
tornará mais comum com o tempo. Ele ajudará a identificar com mais precisão e a
diagnosticar certos tipos de câncer", disse Lesmantas.
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